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Papa conclama padres a ajudarem os pobres

Pontífice iniciou a programação de Páscoa pedindo para que padres se preocupem menos em fazer carreira como "gestores" da Igreja

Papa Francisco no final de uma missa na basília de São Pedro, no Vaticano (Alessandro Bianchi/Reuters)

Papa Francisco no final de uma missa na basília de São Pedro, no Vaticano (Alessandro Bianchi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 10h26.

Cidade do Vaticano - Iniciando a intensa programação de eventos da Páscoa, o papa Francisco conclamou na quinta-feira os padres católicos a se dedicarem a ajudar os pobres e sofredores, ao invés de se preocuparem em fazer carreira como "gestores" da Igreja.

A homilia de Francisco, em sua primeira cerimônia da Quinta-Feira Santa como líder máximo dos católicos, reforça a postura adotada por ele desde sua surpreendente eleição como papa, há duas semanas --a de que a Igreja deve se aproximar dos pobres.

"Precisamos sair, então, a fim de experimentar nossa própria unção (como padres)... até as periferias, onde há sofrimento, derramamento de sangue, a cegueira que anseia por visão, e prisioneiros servos de muitos senhores maus", disse ele em missa na basílica de São Pedro.

O argentino de 76 anos assumiu a Igreja Católica após o escândalo resultante do vazamento de documentos que mostravam casos de corrupção e disputas internas na Cúria Romana (a burocracia vaticana).

Na missa, que marca o início de quatro dias de frenética atividade até a Páscoa, Francisco disse que os padres não devem se acomodar na "introspecção". "Aqueles que não saem por si mesmos, ao invés de serem mediadores, gradualmente se tornam intermediários, gestores. Sabemos a diferença: o intermediário, o gestor não põe sua própria pele e seu próprio coração na linha de frente, nunca escuta uma palavra calorosa e compungida de agradecimento".

Dirigindo-se aos cerca de 1.600 padres de Roma presentes à missa, o papa disse que os que não vivem em humildade, perto do povo, correm o risco de se tornar "colecionadores de antiguidades ou novidades - ao invés de serem pastores vivendo com ‘o cheiro das ovelhas'".

Depois de ser eleito papa, o cardeal Jorge Bergoglio assumiu o inédito nome de Francisco como homenagem a São Francisco de Assis, associado à austeridade e à benemerência. Em outras atitudes, ele já deixou claro que pretende tornar o papado e a Igreja mais humildes.

Ainda na quinta-feira, ele lavará e beijará os pés de 12 menores infratores em um centro de detenção nos arredores de Roma, onde decidiu celebrar a cerimônia de Lavapés --repetindo o gesto de Jesus com seus apóstolos na véspera da sua morte.

Desde que se tem lembrança, todos os papas celebraram o Lavapés nas basílicas de São Pedro ou São João Latrão, em Roma.

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