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Papa chama planos de Trump para deportação em massa de ‘desgraça’

Francisco, que cresceu na Argentina em uma família de imigrantes italianos, há muito prioriza a situação dos migrantes e pede que os governos os acolham

Papa Francisco critica política migratória de Trump e defende acolhimento aos migrantes (AFP)

Papa Francisco critica política migratória de Trump e defende acolhimento aos migrantes (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 12h57.

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Quase uma década após afirmar que Donald Trump “não era cristão” por querer construir um muro ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México, o Papa Francisco voltou a criticar o republicano. No último domingo, o Pontífice classificou como “uma desgraça” os planos de deportações em massa anunciados por Trump, presidente eleito dos EUA. A declaração foi feita um dia antes de o Papa enviar suas felicitações ao republicano pela posse.

No texto de felicitação, o Papa destacou o desejo de que os Estados Unidos se mantenham como “uma terra de oportunidades para todos”. Ele ainda enfatizou o apelo por uma sociedade justa:

“Inspirado pelos ideais da nação, terra de oportunidades e de acolhimento para todos, minha esperança é que, sob sua liderança, o povo americano prospere e sempre se esforce para construir uma sociedade mais justa, onde não haja espaço para o ódio, a discriminação ou a exclusão”, afirmou Francisco em mensagem divulgada pelo Vaticano.

Papa reforça valores cristãos e apela pela paz

Francisco aproveitou a mensagem para abordar desafios globais e fez um pedido a Trump. “Enquanto nossa família humana enfrenta inúmeros desafios, sem mencionar o flagelo da guerra, peço a Deus que guie seus esforços na promoção da paz e da reconciliação entre os povos”.
O primeiro Papa latino-americano da História já havia manifestado sua posição em relação às políticas migratórias de Trump durante a campanha de 2016. Na ocasião, classificou a construção de muros como algo incompatível com os valores cristãos. No domingo, ao ser questionado sobre as deportações em massa, reforçou a crítica ao afirmar que “os pobres que não têm nada pagam a conta” e que “isso não vai funcionar”.

Reação de líderes católicos americanos

As declarações de Francisco ecoam entre líderes religiosos dos EUA. Muitos bispos americanos também se opõem às medidas de Trump. O arcebispo de Washington, cardeal Robert McElroy, descreveu tais políticas como “incompatíveis com a doutrina católica”.

Outro líder próximo ao Papa, o cardeal de Chicago, Blasé Cupich, reagiu duramente às propostas do republicano. Segundo ele, os relatos sobre deportações em massa em regiões como Chicago são “profundamente perturbadores” e “ferem profundamente”. Cupich destacou, entretanto, que os governos têm o dever de proteger suas fronteiras e comunidades, posicionamento registrado em declaração na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México.

Prioridade de Francisco: acolher migrantes

Francisco, que cresceu na Argentina em uma família de imigrantes italianos, sempre deu prioridade à defesa dos migrantes. Ele tem pedido que governos os acolham, protejam e integrem, dentro de suas possibilidades. Para o Papa, “a dignidade e os direitos dos migrantes superam qualquer preocupação de segurança nacional”.

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