Carros de combate israelenses abriram fogo contra posições do Hamas em resposta aos protestos violentos (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
EFE
Publicado em 10 de agosto de 2018 às 15h24.
Gaza - Dois palestinos, um deles agente da saúde, morreram nesta sexta-feira e outros 70 ficaram feridos por disparos israelenses durante os protestos que, pela 20ª sexta-feira consecutiva, ocorreram na cerca de separação entre Gaza e Israel, informou o Ministério de Saúde palestino na Faixa.
O agente da saúde "morreu por disparos de soldados israelenses ao leste da cidade de Rafah, no sul da Faixa, enquanto cuidava de feridos na área", declarou o porta-voz ministerial, Ashraf al-Qedra que mais tarde informou sobre a morte de um homem de 55 anos.
Milhares de pessoas - 9 mil, segundo o Exército israelense - participaram hoje dos protestos que fazem parte da campanha denominada Grande Marcha do Retorno junto à cerca entre Gaza e Israel, na qual queimaram pneus e lançaram balões incendiários para território israelense.
A jornada de protestos coincide com o "acordo de calma" entre Israel e as milícias palestinas, lideradas pelo movimento islamita Hamas, que conteve a escalada de violência de ontem.
Carros de combate israelenses abriram fogo contra duas posições do Hamas na Faixa "em resposta aos protestos violentos", indicou um comunicado militar.
As tropas israelenses "identificaram uma série de infiltrações nas quais os suspeitos entraram (em Israel) e depois retornaram à Faixa de Gaza. Vários terroristas lançaram uma granada contra as tropas no norte" da Faixa, indica na nota.
O Hamas, que controla Gaza desde 2007, denominou o protesto de hoje "Sexta-feira da liberdade e da vida" e pediu à população que participe destas mobilizações, que são convocadas desde 30 de março e nas quais morreram pelo menos 150 palestinos nas manifestações e em incidentes violentos.
Um novo incêndio foi registrado hoje em território israelense como resultado do lançamento de objetos incendiários, que causaram nos últimos meses grandes danos em terras de cultivo.
A instabilidade na fronteira continua após o acordo de "calma" mediado pelo Egito e pela ONU, que deteve ontem à noite a quarta subida das tensão em menos de um mês.
Desde a noite de quarta-feira, as milícias palestinas lançaram cerca de 200 projéteis para Israel, com o resultado de sete pessoas feridas.
Israel respondeu com 150 bombardeios em Gaza, nos quais morreram três pessoas.
Egito e o enviado especial das Nações Unidas para a Paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, intermediam em negociações indiretas entre Hamas e Israel para tentar alcançar um cessar-fogo de longa duração em relação às frágeis tréguas recentemente pactuadas.