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Palestinos e israelenses se acusam sobre violação de trégua

Palestinos disseram que Israel havia bombardeado campo de refugiados, matando uma menina, e Israel disse que pelo menos quatro foguetes haviam sido disparados


	Fumaça é vista em Gaza: Israel está diminuindo sua ofensiva apesar da ausência de um acordo com o Hamas
 (Said Khatib/AFP)

Fumaça é vista em Gaza: Israel está diminuindo sua ofensiva apesar da ausência de um acordo com o Hamas (Said Khatib/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 11h03.

Gaza/Jerusalém - Palestinos e israelenses acusaram uns aos outros de romperem um cessar-fogo de sete horas, cuja intenção era permitir a entrada de ajuda humanitária na <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/faixa-de-gaza">Faixa de Gaza</a></strong>, logo depois de ter entrado em vigor nesta segunda-feira.  </p>

Palestinos disseram que Israel havia bombardeado um campo de refugiados na Cidade de Gaza, matando uma menina de oito anos e ferindo 29 pessoas, ao passo que Israel disse que pelo menos quatro foguetes haviam sido disparados contra seu território a partir de Gaza. 

O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, disse que o ataque aéreo a uma casa no campo de Shati aconteceu após a trégua ter começado, nesta segunda-feira de manhã (horário local). 

Uma porta-voz militar israelense disse estar apurando o que aconteceu no campo de refugiados. Segundo ela, quatro foguetes haviam sido disparado de Gaza desde o início da trégua, sendo que dois detonaram dentro de Israel. Não há relatos de mortes ou danos.

Em Jerusalém, um veículo pesado de construção civil bateu em um ônibus, num incidente que a polícia israelense disse ter sido um ataque palestino. Não havia passageiros no ônibus, mas um transeunte morreu após ser atropelado pelo veículo.

A polícia disse ter matado a tiros o motorista, o qual, segundo a imprensa israelense, foi identificado como um palestino que vivia no leste de Jerusalém.

Israel anunciou um cessar-fogo humanitário para permitir que alguns dos centenas de milhares de palestinos desabrigados fossem para casa, após quase quatro semanas de guerra. 

O anúncio foi encarado com desconfiança pelo movimento islâmico Hamas, que controla Gaza, e aconteceu após uma incomum dura reprimenda dos EUA sobre um aparente ataque de Israel, no domingo, a um escola da ONU, que deixou 10 pessoas mortas. 

Um oficial de defesa de Israel disse que o cessar-fogo seria aplicado em todos os lugares, exceto em áreas no sul da cidade de Rafah, onde forças terrestres intensificaram a ofensiva após três soldados terem morrido em uma emboscada do Hamas na sexta-feira.

“Se a trégua for rompida, as forças militares retornarão fogo durante a declarada duração da trégua”, disse o oficial.  MANOBRA MIDIÁTICA O Hamas, que enviou representantes ao Egito para negociações de uma trégua, disse que o ataque de Israel após o início do cessar-fogo mostra que a trégua era uma manobra midiática.

“Pedimos que as pessoas continuem a ser cuidadosas”, disse o porta-voz Sami Abu Zuhri. 

Israel está diminuindo sua ofensiva apesar da ausência de um acordo com o Hamas. Segundo Israel, o Exército completou seu objetivo principal da operação de solo: a destruição de túneis utilizados para invadir o território israelense. 

Em um ataque aéreo na madrugada, Israel matou Danyal Mansour, um alto comandante da Jihad Islâmica, um grupo palestino que luta com o Hamas.  Israel lançou sua ofensiva em 8 de julho após um aumento dos disparos de foguetes feitos pelo Hamas. O conflito então avançou para uma invasão por terra em Gaza.  Autoridades de Gaza dizem que 1.804 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos e mais de 25 por cento dos 1,8 milhão de moradores da região ficaram desabrigados, com mais de 3.000 casas palestinas destruídas ou danificadas.

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