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Palestinos apresentam primeiro dossiê contra Israel ao TPI

"Obter justiça é essencial para as vítimas palestinas, vivas ou mortas. A Palestina decidiu procurar a justiça e não a vingança", diz ministro palestino


	O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu: o porta-voz do ministro das Relações Exteriores de Israel acusou, por sua vez, os palestinos "de tentar manipular o TPI"
 (Jack Guez/AFP)

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu: o porta-voz do ministro das Relações Exteriores de Israel acusou, por sua vez, os palestinos "de tentar manipular o TPI" (Jack Guez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2015 às 18h24.

Jerusalém - Os palestinos apresentaram nesta quinta-feira um primeiro dossiê ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para convencê-lo a abrir uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos por Israel.

"O Estado da Palestina prometeu cooperar com o Tribunal de Justiça, principalmente por meio do fornecimento de informações pertinentes, e isso é o que ela fez hoje", declarou o ministro das Relações Exteriores palestino, Riad al-Malki, à imprensa em frente à sede do TPI, em Haia.

"As informações fornecidas pelo Estado da Palestina só podem levar à abertura de um inquérito no menor tempo possível", assegurou o ministro.

A promotora do TPI, Fatou Bensouda, abriu em janeiro deste ano uma análise preliminar a fim de determinar se há evidências suficientes para iniciar uma investigação sobre alegados crimes de guerra na Faixa de Gaza no verão de 2014.

A Casa Branca reagiu, estimando que os esforços palestinos eram "contraproducentes".

Os Estados Unidos "indicaram claramente sua oposição a ações contra Israel no TPI porque são contraproducentes", indicou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Alistair Baskey.

O dossiê apresentado nesta quinta-feira abrange dois casos. O primeiro diz respeito aos alegados crimes cometidos em Gaza durante o conflito que matou 2.200 palestinos, em sua maioria civis, e 73 israelenses, a maioria soldados. O segundo trata da "colonização israelense da Cisjordânia ocupada".

"Obter justiça é essencial para as vítimas palestinas, vivas ou mortas", ressaltou El-Malki. "A Palestina decidiu procurar a justiça e não a vingança", concluiu.

O porta-voz do ministro das Relações Exteriores de Israel acusou, por sua vez, os palestinos "de tentar manipular o TPI". "Esperamos que a promotora não caia na armadilha", declarou Emmanuel Nahshon em um comunicado.

A apresentação dos documentos se insere num contexto de confronto diplomático e judicial que os palestinos, cansados de esperar o fim da ocupação e a criação do Estado independente que aspiram, de acionar instituições internacionais.

Os palestinos são membros do TPI desde 1º de abril. A investigação preliminar foi aberta em janeiro, depois de a Autoridade Palestina autorizar o TPI a investigar crimes cometidos nos territórios palestinos a partir de 13 de junho de 2014.

A avaliação abrange tanto as ações dos palestinos quanto as de Israel, que não é membro do TPI e que desafia as atuais ações no Tribunal de Justiça.

Um dos eventos mais controversos da guerra em Gaza foi o bombardeio israelense de escolas da ONU utilizadas como abrigo para os deslocados.

Israel afirma que o movimento do Hamas usava essas escolas para armazenar armas ou atirar mísseis.

Criado em 2002, o TPI pretende processar os principais responsáveis ​​por genocídio, crimes contra a Humanidade e crimes de guerra.

Uma comissão de investigação da ONU concluiu na segunda-feira que "possíveis crimes de guerra" foram cometidos por Israel e por grupos armados palestinos durante o conflito.

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