Palestinos: "Não deveria ser uma surpresa que exista consequências por este passo, mas continuamos revisando" a situação, explicou um funcionário americano (Musa al-Shaer/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 22h22.
Washington - O governo dos Estados Unidos advertiu nesta sexta-feira sobre possíveis "consequências" se a Palestina continuar o processo para ingressar no Tribunal Penal Internacional (TPI), o que tem a intenção de acusar Israel de crimes de guerra em assentamentos judaicos na Palestina.
"Não deveria ser uma surpresa que exista consequências por este passo, mas continuamos revisando" a situação, explicou um funcionário do Departamento de Estado americano, que solicitou anonimato.
Hoje, o embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour, informou que a documentação de pedido de ingresso no TPI já foi enviada.
O funcionário americano disse que a ajuda financeira que a Autoridade Palestina recebe dos Estados Unidos pode ser uma das áreas afetadas.
"Eu sublinharia que a assistência dos Estados Unidos à Autoridade Palestina desempenhou um papel valioso para promover a estabilidade e a prosperidade não só para palestinos, mas também para Israel", disse em um breve comunicado.
Os documentos originais foram entregues ontem ao coordenador especial adjunto do processo de paz no Oriente Médio em Ramala, James Rawley, e o tribunal tem agora 60 dias para aceitar ou não a solicitação, explicou Mansour.
Em caso positivo, a Palestina poderá reivindicar e respeitar 16 convenções e tratados internacionais utilizados pelo TPI. O diplomata palestino, que entregou hoje os documentos para a Secretaria Geral da ONU, afirmou que será solicitada uma investigação retroativa ao Tribunal de Haia (Holanda).
O pedido de entrada no TPI foi anunciado em 31 de dezembro pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Um dia antes, uma proposta palestina para colocar um prazo para a ocupação israelense foi rejeitada no Conselho de Segurança da ONU.
Os Estados Unidos criticaram na ocasião a proposta ao assinalar que a resolução era "contraproducente" para o processo de paz entre Palestina e Israel.