A "Voz da Palestina" pediu que os países árabes tenham uma posição sobre a Guatemala e o Paraguai (Debbie Hill/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de maio de 2018 às 13h14.
Última atualização em 17 de maio de 2018 às 14h08.
Jerusalém - Nabil Shaath, conselheiro das Relações Exteriores do presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu aos países árabes, reunidos em uma cúpula ministerial da Liga Árabe no Cairo, que interrompam suas relações com a Guatemala, o Paraguai e outros países que transferirem suas embaixadas para Jerusalém.
Shaath disse em entrevista à emissora "Voz da Palestina" que entende que os países árabes não possam fechar suas embaixadas em Washington ou expulsar os embaixadores americanos de seus países pela grande influência dos EUA "na sua economia, relações militares e petrolíferas".
Mas insistiu que "tem que haver uma firme posição a respeito da Guatemala, que transferiu sua embaixada" a Jerusalém desde Tel Aviv, e ao Paraguai, "que ameaça" fazer o mesmo.
Shaath apontou para a necessidade de tomar decisões o mais rápido possível para pôr em prática "uma guerra política, econômica e diplomática contra qualquer nação que transfira sua embaixada para Jerusalém".
Além disso, indicou que os países árabes podem enfrentar economicamente a Guatemala, por exemplo, interrompendo a importação de cardamomo, especiaria da qual são os maiores consumidores.
"A liderança palestina está comprometido em todos as frentes para responder aos ataques israelenses à nossa terra e à nossa existência", declarou Shaath.
Ontem foi inaugurada a embaixada da Guatemala em Jerusalém, com a presença do presidente guatemalteco, Jimmy Morales, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e dois dias depois da inauguração da sede diplomática dos Estados Unidos.
O secretário-geral da Organização para a Libertação Palestina (OLP) e chefe negociador, Saeb Erekat, também teve hoje duras palavras para a Guatemala e Morales.
"O presidente da Guatemala se orgulha de deixar claro que seu governo viola as obrigações internacionais da mesma forma que apoia as violações israelenses contra o povo palestino", ao qual insultou ao apoiar "as políticas de colonização e deslocamento forçado de população" palestina, apontou em um comunicado.
"A Palestina lida com este ato de forma muito séria" e discutirá o tema "na Liga Árabe e na próxima conferência extraordinária da Organização da Conferência Islâmica", que se reúne amanhã em Istambul, advertiu.