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Palestina pede adesão à 15 organizações internacionais

Dirigente palestino garantiu que, se Israel não libertar última rodada de presos, pedirá inclusão da Palestina em outras 63 organizações internacionais


	Criança com bandeira: a Palestina foi aceita em novembro de 2012 como Estado não membro da ONU após conseguir o voto majoritário na Assembleia Geral
 (Lior Mizrahi/Getty Images)

Criança com bandeira: a Palestina foi aceita em novembro de 2012 como Estado não membro da ONU após conseguir o voto majoritário na Assembleia Geral (Lior Mizrahi/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 16h43.

Ramala - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, assinou nesta terça-feira vários documentos que encaminham a adesão da Palestina a 15 tratados e organismos internacionais vinculados à ONU.

As assinaturas foram feitas depois da reunião de uma delegação palestina com representantes israelenses e americanos em Jerusalém, e após os mais recentes esforços de mediação do secretário de Estado americano, John Kerry.

O dirigente palestino afirmou em discurso na televisão que tinha pedido que a liderança palestina votasse a favor dessa adesão. E garantiu que se Israel não libertar a última rodada de presos palestinos, aqueles detidos antes dos Acordos de Oslo (1993), o que deveria ter acontecido no fim de semana passado, pedirá a inclusão da Palestina em outras 63 organizações internacionais.

Abbas não detalhou a quais organismos pediu a entrada da Palestina, o que significaria um avanço a mais no reconhecimento da região como Estado pela comunidade internacional.

A Palestina foi aceita em novembro de 2012 como Estado não membro da ONU após conseguir o voto majoritário na Assembleia Geral, um ano depois de a Unesco admitir a Palestina como membro.

Abbas justificou sua decisão nas várias expulsões e demoras apresentadas por Israel ao longo do processo de negociação, patrocinado pela Casa Branca e iniciado no final de julho.

O presidente da ANP agradeceu aos EUA e a Kerry pelos esforços no Oriente Médio e pela mediação em busca de um acordo entre israelenses e palestinos.

Após as assinaturas, fontes oficiais palestinas assinalaram que a reunião prevista para amanhã em Ramala, entre Abbas e Kerry, que voltará à região depois de uma viagem a Bruxelas, tinha sido cancelada.


Com o argumento de que a situação de segurança na considerada capital da Cisjordânia não permitiria que o encontro acontecesse, o presidente palestino enviaria o chefe negociador, Saeb Erekat, como emissário para se reunir com o secretário de Estado em Jerusalém.

Fontes oficiais israelenses disseram que a medida adotada hoje por Abbas não significava necessariamente o fim das negociações.

A liderança palestina ameaçou por várias vezes comparecer a instâncias internacionais se o processo de diálogo com Israel fracassasse, e tinha se comprometido durante os nove meses fixados para a negociação a não fazê-lo, como foi combinado assim que houve o reatamento das conversas.

Já Israel tinha se comprometido antes do reinício do diálogo a libertar 104 presos palestinos veteranos, 78 dos quais foram libertados em três rodadas, mas a última, de 26, ainda não aconteceu.

Além da libertação de prisioneiros, os palestinos exigem a completa paralisação das construções no território ocupado e que Israel se comprometa a negociar por mais um ano.

O executivo israelense reiterou no último tempo sua condição, de que os palestinos reconheçam Israel como Estado judeu.

A imprensa local informou hoje de uma nova proposta que busca estender as negociações para além de 29 de abril.

Nela Washington se comprometeria a libertar Johathan Pollard, condenado nos anos 80 por espionagem para Israel, em troca de o governo de Benjamin Netanyahu libertar presos palestinos, entre eles o dirigente do Fatah, Marwan Barghouti.

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