Mugabe: durante reunião para debater industrialização no sul do continente africano, o presidente do Zimbábue defendeu que seja evitada a emigração em massa para a África do Sul, para que não haja mais ataques (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2015 às 17h56.
Harare - A onda de ataques xenófobos que deixou sete mortos e milhares de desabrigados na África do Sul fez o país se condenado pelos vizinhos nesta quarta-feira, durante encontro regional realizado no Zimbábue.
O presidente da nação anfitriã, Robert Mugabe, defendeu que seja evitada a emigração em massa para o território sul-africano, evitando assim futuros ataques a cidadãos estrangeiros.
"Nossa gente não deve ter a intenção de partir para a África do Sul. Sugiro que nós, vizinhos, façamos o possível para evitar que mais gente se vá e tentar que os que estão lá voltem para casa", disse Mugabe, que é presidente da Comunidade para o Desenvolvimento da África Meridional (SADC, na sigla em inglês).
O mandatário do Zimbábue, de 91 anos, que está no poder desde 1980, já teve uma conversa com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, sobre a explosão da xenofobia no país.
Durante a cúpula, que é dedicada a debater a industrialização na região, Zuma garantiu que seu governo está tomando medidas para promover a tolerância com os estrangeiros e identificar e monitorar os responsáveis pelos ataques.
Nas últimas semanas, cerca de 1000 zimbabuanos foram repatridos pelo governo de Mugabe. Eles viviam nas cidades de Durban e Johanesburgo, focos principais dos ataques xenófobos.
Cidadãos de Moçambique e Malauí também foram auxiliados a deixar a África do Sul. Outros alvos de ataques foram cidadãos de República Democrática do Congo, Somália e Etiópia.
As ondas xenófobas são um fenômeno que atinge, principalmente as zonas mais pobres, de maioria negra, da África do Sul, em que as taxas de desempregos são mais altas.