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Países não cumprem metas para preservar biodiversidade

Estudo aponta que perdas na biodiversidade continuam a crescer, contrariando expectativas firmadas em 2002, em convenção da ONU

No Ano Internacional da Biodiversidade, cientistas não notam mudanças na redução dos impactos na biodiversidade (.)

No Ano Internacional da Biodiversidade, cientistas não notam mudanças na redução dos impactos na biodiversidade (.)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Pesquisa mostra que os 193 países que se comprometeram a reduzir as perdas da biodiversidade em seus respectivos territórios, ainda não conseguiram cumprir as metas estabelecidas em 2002 pela Convenção das Nações Unidas para a Biodiversidade (CDB).

Firmada há sete anos por 193 países, a convenção havia estabelecido 2010 como o ano limite para que as nações signatárias implementassem medidas para reduzir os impactos na biodiversidade. No entanto, de acordo com o artigo publicado na quinta-feira (29) na revista Science, os governos não colocaram em prática ações suficientes para isso.

Um dos co-autores da pesquisa, Alessandro Galli, que faz parte da Footprint International, afirma que, por conta deste curto do espaço de tempo entre a assinatura da convenção e  publicação do estudo, não era esperado que houvessem mudanças significativas no cenário de impacto ambiental na biodiversidade. "Em níveis locais, nacionais e globais, pouco foi feito para atingir os objetivos da convenção", diz.

Entretanto, o cientista enfatiza que, quando ações para conservar o meio ambiente, são de fato colocadas em prática, os resultados são animadores. Exemplo disso são as medidas tomadas pelos Estados Unidos e Europa para proteger as aves aquáticas. "De 1980 até 2006, a população de aves aquáticas cresceu 44%. Ou seja,o meio ambiente responde de maneira positiva", afirma.

Contudo, sem medidas como essa, a organização Footprint International traça um horizonte pessimista. Caso a humanidade continue seu ritmo atual de consumo de recursos, como água e petróleo, em 20 ou 30 anos será preciso mais um planeta de recursos para dar conta da demanda.  "A pressão humana no meio ambiente, ou seja, o nível de atividades humanas que afetam diretamente a biodiversidade e ecossistemas,  cresceu 78% desde 1961", explica o cientista. 

Para avaliar a resposta dos governos ao tratado, a pesquisa reuniu 30 indicadores para medir diferentes aspectos da biodiversidade, como mudanças na população das espécies, risco de extinção, extensão de habitat e outros. Esta pesquisa foi concebida pela Parceria de Indicadores de Biodiversidade 2010 (BIP) para monitorar as metas de redução nas perdas da biodiversidade firmadas na convenção de 2002. Fazem parte do grupo 45 cientistas, de 32 organizações diferentes. O apoio financeiro vem da Global Enviromental Facility, organização independente formada por 181 países.

A ONU declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade, numa tentativa de mobilizar a humanidade para a preservação da biodiversidade e ecossistemas do planeta.

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