Aleppo, na Síria: "Estas ações militares constituem uma nova escalada e só impulsionarão mais o extremismo e a radicalização" (Reuters / Abdalrhman Ismail)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2015 às 15h25.
Nova York - Os governos de sete países expressaram nesta sexta-feira sua preocupação pelas vítimas civis causadas pelos ataques aéreos russos na Síria e pediram que se foquem apenas em grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI).
A Rússia começou na quarta-feira uma série de ataques dirigidos contra posições do EI e outros terroristas, mas outras versões indicam que há dezenas de vítimas civis e que também estão sendo castigados grupos armados da oposição moderada.
Estas preocupações estão recolhidas em uma declaração conjunta feita pelos governos de Estados Unidos, França, Alemanha, Catar, Arábia Saudita, Turquia e Reino Unido e divulgada hoje pelo Departamento de Estado americano.
"Expressamos nossa profunda preocupação com o aumento das ações militares da Rússia na Síria e especialmente dos ataques da força aérea Russa a Hama, Homs e Idlib, que causaram vítimas civis e não tiveram o EI como alvo", afirma a nota.
"Estas ações militares constituem uma nova escalada e só impulsionarão mais o extremismo e a radicalização", acrescenta o comunicado.
Os países mencionados fazem um pedido à Rússia para que "cesse imediatamente seus ataques contra a oposição e a população civil síria" e "concentre seus esforços na luta contra o EI".
O secretário de Estado americano, John Kerry, que até esta tarde se encontrava em Nova York, analisou estas operações aéreas na quarta-feira passada com o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Os chefes da diplomacia de ambos países concordaram em manter conversas entre os comandantes militares das duas nações a fim de "evitar incidentes indesejados" por estes bombardeios, segundo disse Lavrov em declarações aos jornalistas.
O tema foi abordado também em reunião que Lavrov teve na quinta-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Segundo informou a ONU, Ban pediu a Lavrov que os ataques russos sejam realizados evitando vítimas entre civis e que não sejam utilizadas armas que foram condenadas pelas Nações Unidas, como as bombas de barril.