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Europa anuncia medidas para administrar a crise migratória

A Alemanha anunciou que vai destinar seis bi de euros para administrar o grande fluxo de migrantes, enquanto a França se comprometeu a receber 24.000 refugiados


	Imigração: jovens refugiados em Munique, na Alemanha
 (Gettyimages)

Imigração: jovens refugiados em Munique, na Alemanha (Gettyimages)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 07h42.

A Alemanha anunciou nesta segunda-feira que vai destinar seis bilhões de euros para administrar o grande fluxo de migrantes, enquanto a França se comprometeu a receber 24.000 refugiados, em uma Europa que se esforça para resolver a mais grave crise migratória em décadas.

Após a chegada recorde de imigrantes durante o final de semana à Alemanha, a pressão para os dirigentes europeus continua aumentando. Mais de 15.000 pessoas chegaram à Ilha de Lesbos, transformada em porta de entrada para os refugiados que fogem da guerra na Síria.

"O que vivemos agora é algo que seguirá nos ocupando pelos próximos anos, nos mudará, e queremos que a mudança seja positiva e pensamos que podemos conseguir isto", declarou a chanceler alemã Angela Merkel, que anunciou um investimento de 6 bilhões de euros para melhorar o cuidado e a integração dos refugiados em 2016.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, confirmou que seu país está disposto a receber 20 mil refugiados sírios durante os próximos cinco anos, enquanto a França se comprometeu a acolher 24 mil refugiados nos próximos dois anos, do total de 120.000 que a Comissão Europeia deseja abrigar no continente.

"Caso não haja uma política conjunta, será o fim do [espaço] Schengen", alertou o presidente francês, François Hollande, em referência ao espaço de livre circulação vigente na Europa.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, apoiou a decisão de Paris e convidou todos os membros da UE a agirem "com a mesma coragem".

Êxodo

Segundo o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, este "êxodo" poderia continuar durante vários anos e ressaltou a importância de "viver com ela [a crise] sem ficar trocando acusações".

A Comissão vai propor na quarta-feira ao Parlamento Europeu a distribuição dos 120.000 refugiados nos próximos dois anos. A medida será adicionada à recepção de outros 40.000 migrantes anunciada em maio, que afetava apenas as pessoas que estavam na Itália e na Grécia.

Também no Mediterrâneo prosseguem as chegadas às ilhas gregas do Egeu oriental, procedentes das costas turcas.

No caso da ilha grega de Lesbos, o local está "a ponto de explodir" com a presença de "entre 15.000 e 17.000 refugiados", o equivalente a 20% de sua população total, afirmou o ministro grego para a Política Migratória, Iannis Mouzalas.

As ilhas gregas são as primeiras etapas da viagem europeia de dezenas de milhares de refugiados e migrantes que fogem dos conflitos e a pobreza no Oriente Médio, Ásia e África.

A Comissão Europeia proporá a França, Alemanha e Espanha que recebam 71.305 solicitantes de asilo que entraram em países do bloco.

O organismo pedirá que a Alemanha receba 31.443 solicitantes de asilo que chegaram à Itália, Grécia e Hungria, ou seja 26,2%, a França 24.931 (20%) e a Espanha 14.931 (12,4%).

Desta forma, os três países receberão a maior parte dos refugiados. Mas a dimensão do problema é muito maior, pois a Alemanha espera receber 800.000 pedidos de asilo este ano, quatro vezes mas que no ano passado.

Assim, Merkel fez um apelo por um "esforço da União Europeia".

Conferência internacional

Hollande propôs organizar em Paris uma conferência internacional sobre a crise de imigração na Europa, no momento em que vários países do leste do continente não desejam participar no esforço conjunto.

Viktor Orban, primeiro-ministro de um destes países, Hungria, considerou nesta segunda-feira prematuro debater o sistema de cotas de distribuição de refugiados, enquanto o fluxo de migrantes não estiver controlado.

"Enquanto não conseguirmos proteger as fronteiras externas da Europa, não faz sentido debater sobre o número de pessoas que podemos receber", afirmou em Budapeste.

Desde o início do ano, 366.402 pessoas chegaram à Europa pelo Mediterrâneo, segundo o Alto Comissariado das Naç~pes

O fluxo de migrantes não para de aumentar, em especial desde que Berlim decidiu não reenviar os sírios ao país pelo qual entraram na Europa.

"A Alemanha espera mais de 10.000 novos refugiados nesta segunda-feira em Munique, anunciou o presidente do distrito da Alta Baviera, Christoph Hillenbrand.

A Deutsche Bahn, a empresa nacional de ferrovias, informou que nos "últimos dias" 22.000 pessoas distribuídas em 100 trens passaram pela fronteira.

Merkel mencionou nesta segunda-feira um fim de semana "emocionante e impactante", durante o qual chegaram a Alemanha quase 20.000 refugiados procedentes em sua maioria da Síria.

A chanceler comemorou o fato de a Alemanha "ter se transformado em um país que as pessoas associam à esperança. É algo muito valioso se observarmos nossa história".

Centenas de voluntários se reuniram nas estações ferroviárias da Alemanha para entregar água e comida aos refugiados, com cartazes com a frase "Refugees welcome!" ("Bem-vindos refugiados").

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