Mundo

Câncer infantil é 5 vezes maior em países em desenvolvimento

Incidência da doença nos países onde as crianças representam até metade da população quintuplicou em relação aos países desenvolvidos, segundo a ONU


	Crianças com câncer: incidência da doença é até cinco vezes maior em países subdesenvolvidos do que nos ricos, aponta ONU
 (Getty Images)

Crianças com câncer: incidência da doença é até cinco vezes maior em países subdesenvolvidos do que nos ricos, aponta ONU (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 17h14.

Paris - A proporção de câncer infantil nos países em desenvolvimento, onde as crianças podem representar até a metade da população, quintuplicou com relação as nações desenvolvidas, indicou nesta segunda-feira a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde das Nações Unidas (ONU).

Em nota, o diretor da entidade, Christopher Wild, afirmou que esse número é "inaceitavelmente alto, principalmente quando há o exemplo dos países ricos com relação ao que se pode conseguir com acesso aos cuidados".

A agência publicou esses dados hoje, o Dia Internacional do Combate ao Câncer Infantil. De acordo com o IARC, com base em dados coletados entre 2001 e 2010 em 68 países, em todos esses anos foram diagnosticados, em média, 215 mil novos casos de crianças com menos de 15 anos com câncer e 85 mil novos casos de adolescentes com idades entre 15 e 19 anos com a doença.

Essa estimativa mostra que nos países desenvolvidos o câncer infantil representa menos de 1% de todos os tipos de câncer existentes. Já nas nações em desenvolvimento, esse número é até cinco vezes maior.

Em comparação aos adultos com câncer, quase a metade dos casos infantis corresponde a leucemia e linfomas. Além disso, há alguns tipos que surgem quase que exclusivamente na população jovem, como o neuroblastoma, o nefroblastoma (também conhecido como Tumor de Wilms) e o retinoblastoma.

O organismo conseguiu constatar ainda diferenças substanciais na distribuição internacional do câncer entre os mais jovens. A leucemia, que representa 35% de todos os casos mundiais, quase não é vista na África Subsaariana. Contudo, não se sabe se tal fato ocorre por falta de diagnóstico ou por outras razões.

O linfoma de Burkitt, muito agressivo, está bastante presente em países como Gabão, República do Congo, Chade e República Centro-Africana devido à exposição a doenças como a malária. Já o Sarcoma de Kaposi é o mais comum em países com um grande número de cidadãos com o vírus do HIV, como é o caso de Uganda.

A Agência alertou que embora o nível de sobrevivência se eleve a 80% nos países ricos, nos países com menos condições essa taxa pode baixar para 10%.

"É vital que os países em desenvolvimento consigam o apoio técnico e financeiro que necessitam para estabelecer um sistema de saúde forte e que ofereça a cada criança a oportunidade de cura que se tem nas nações ricas", concluiu a IARC. EFE

Acompanhe tudo sobre:CâncerCriançasDoençasSaúde

Mais de Mundo

As vitórias e derrotas de Musk desde a eleição de Donald Trump

Avião da Embraer foi derrubado por sistema de defesa aérea russo, diz agência

FAB deve auxiliar autoridades do Cazaquistão sobre queda de avião fabricado pela Embraer

Trump anuncia embaixador no Panamá e insiste que EUA estão sendo 'roubados' no canal