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Países de todo o mundo estão falando conosco, diz Trump após reunião com Japão

Trump destacou novamente a necessidade de mudanças nas relações comerciais e voltou a citar a China como principal alvo das tarifas

Donald Trump, presidente dos EUA (Win McNamee/AFP)

Donald Trump, presidente dos EUA (Win McNamee/AFP)

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 7 de abril de 2025 às 11h43.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 12h18.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que negocia com diversos países após o "tarifaço" da semana passada. Em post na sua rede social Truth Social, ele apontou que "parâmetros duros, mas justos, estão sendo definidos".

"Falei com o primeiro-ministro japonês esta manhã. Ele está enviando uma equipe de ponta para negociar! Eles trataram os EUA muito mal no comércio", diz trecho do post. 

Segundo Trump, o Japão não compra carros fabricados nos EUA, mas os americanos pagam milhões nos carros japoneses.

Apesar da conversa com o Japão, o foco do presidente dos EUA se voltou à China:

"Tudo tem que mudar, mas especialmente com a CHINA!!! (sic)", afirmou.

A China, por sua vez, afirmou neste domingo, 6, que tem margem para reduzir os custos de empréstimos e as exigências de reservas para os bancos, caso necessário, para proteger sua economia contra as novas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.

"O índice de exigência de reservas para instituições financeiras e as taxas de política monetária do banco central podem ser reduzidos a qualquer momento daqui para a frente", informou o People’s Daily (“Diário do Povo”), jornal do Partido Comunista Chinês. “Ainda há espaço para uma expansão adicional do déficit fiscal, dos títulos especiais do Tesouro e das dívidas especiais.”

As tarifas de Trump

Trump anunciou recentemente um conjunto de tarifas que afetam mais de 180 países. Essa medida faz parte de sua agenda protecionista, que visa fortalecer a indústria americana e reduzir déficits comerciais com parceiros como a China e a União Europeia. A China, por exemplo, enfrenta uma tarifa de 34% sobre suas exportações para os EUA, elevando o total para 54%.

As bolsas de valores ao redor do mundo reagiram negativamente ao anúncio, temendo uma guerra comercial generalizada que poderia aumentar os preços e as taxas de juro nos EUA, afetando a economia global. 

As ações de empresas como Alibaba (BABA), PDD Holdings, Baidu e JD.com caíram 8,7% para US$ 118,14 após o anúncio das tarifas. A PDD Holdings que caiu 7,3%, em particular, enfrenta desafios adicionais devido à sua plataforma internacional Temu, que compete diretamente com a Amazon (AMZN) nos Estados Unidos. 

Impactos econômicos

Trump argumenta que as tarifas são necessárias para corrigir déficits comerciais significativos, especialmente com a China, e para fortalecer a indústria nacional americana. 

No entanto, especialistas alertam que essas medidas podem levar a uma desaceleração econômica, inflação e perda de competitividade para empresas americanas.

O Goldman Sachs Group (GS), por exemplo, revisou suas projeções econômicas após o anúncio do novo pacote tarifário dos Estados Unidos.

Em relatório divulgado no sábado, 5, os economistas liderados por Jan Hatzius elevaram a probabilidade de recessão nos próximos 12 meses de 35% para 45% e reduziram a previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1% para 0,5% no comparativo entre o quarto trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2025, segundo a Bloomberg.

A política tarifária de Trump marca um novo capítulo nas relações comerciais internacionais, com implicações que vão além do comércio bilateral, afetando mercados globais e redefinindo alianças estratégicas.

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