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Países da UE pedem divulgação das atas eleitorais na Venezuela

Nações europeias exigem transparência total após eleição contestada na Venezuela, com acusações de fraude e pressão internacional crescente

Venezuela vive sob uma série de protestos desde a divulgação do resultado das eleições. (JUAN BARRETO/AFP)

Venezuela vive sob uma série de protestos desde a divulgação do resultado das eleições. (JUAN BARRETO/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 07h00.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 07h05.

Sete países da União Europeia, incluindo Itália, França, Alemanha e Espanha, emitiram uma declaração conjunta pedindo às autoridades venezuelanas que publiquem rapidamente os registros eleitorais, a fim de garantir total transparência em relação à eleição realizada no último fim de semana. O Conselho Eleitoral da Venezuela declarou o presidente Nicolás Maduro, no poder desde 2013, como vencedor das eleições de 28 de julho, com 51% dos votos, o que gerou acusações imediatas de fraude por parte da oposição. A oposição alega que sua própria contagem detalhada indica que o candidato oposicionista Edmundo González provavelmente recebeu 67% dos votos. As informações são da Reuters.

A declaração conjunta dos sete países da UE intensifica a onda de críticas internacionais sobre a condução do processo eleitoral pelo governo venezuelano. Alguns países, como Estados Unidos e Argentina, reconheceram González como o vencedor das eleições. Na semana passada, os ministros das Relações Exteriores do G7 expressaram solidariedade ao povo venezuelano e preocupação com os resultados das eleições. "Pedimos às autoridades venezuelanas que publiquem imediatamente todos os registros de votação para garantir a transparência e a integridade do processo eleitoral", disse a declaração das sete nações da UE, que também incluiu Portugal, Holanda e Polônia.

A oposição afirma ter coletado e publicado mais de 80% dos registros eleitorais produzidos em cada local de votação. Essa verificação é considerada essencial para o reconhecimento da vontade do povo venezuelano, destacaram os países europeus na declaração.

Contexto

A eleição na Venezuela, realizada em 28 de julho de 2024, tem sido alvo de intensas controvérsias e acusações de fraude. Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013, foi declarado vencedor com 51% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o que provocou uma reação imediata da oposição e de vários países ao redor do mundo. A oposição, liderada por Edmundo González, afirma que uma contagem independente mostra que ele obteve 67% dos votos, o que contradiz os resultados oficiais.

A comunidade internacional, incluindo países da América Latina e da Europa, tem pressionado o governo venezuelano para que publique os registros eleitorais completos, a fim de garantir a transparência e a legitimidade do processo eleitoral. O atraso na divulgação dos registros e a falta de clareza sobre os resultados aumentaram as tensões dentro do país, levando a um aumento das manifestações e protestos em várias cidades venezuelanas.

A situação na Venezuela está sendo monitorada de perto por organizações internacionais e governos ao redor do mundo, que têm expressado preocupações sobre a integridade do processo eleitoral e a possível repressão contra a oposição e os manifestantes. As próximas semanas serão cruciais para o futuro político do país, com a possibilidade de sanções internacionais e mais pressões diplomáticas caso não haja avanços na resolução das controvérsias eleitorais.

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