Refugiados: no mês passado, a União Europeia aprovou um plano para redistribuir 160 mil candidatos a asilo que chegaram à Itália e à Grécia, mas até agora apenas alguns países disseram quantas pessoas receberão e quando (Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2015 às 15h00.
Bruxelas - Os governos europeus não cumprem os compromissos feitos no mês passado para enfrentar a crise de refugiados, afirmou nesta quarta-feira o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, na véspera de uma reunião de líderes sobre a imigração.
No mês passado, a União Europeia aprovou um plano para redistribuir 160 mil candidatos a asilo que chegaram à Itália e à Grécia, mas até agora apenas alguns países disseram quantas pessoas receberão e quando.
Além disso, mais de mil guardas de fronteira, especialistas em asilo e tradutores são necessários nos centros financiados pela UE para receber os imigrantes chegando na Itália e na Grécia.
"A Comissão Europeia está preocupada pela distância entre as promessas feitas em setembro e o que tem sido feito até agora", disse Timmermans.
Segundo ele, apenas alguns países decidiram enviar pessoal para os centros de imigrantes, notavelmente a Áustria, um país relativamente pequeno, que se comprometeu a mandar 100 especialistas.
"Cabe aos Estados-membros falar entre si amanhã, de maneira franca como prometeram em setembro. Essa é a mensagem: vocês falaram sobre conversar, agora é hora de caminhar e caminhar", comentou Timmermans.
Segundo autoridades da UE, apenas seis dos 28 países do bloco se comprometeram com um total de 130 guardas fronteiriços e especialistas, porém mais de mil são necessários.
No caso da redistribuição dos imigrantes, apenas Finlândia, Alemanha, França, Espanha e Portugal disseram que podem aceitar nos próximos dias um grupo de 100 pessoas transferidas da Itália, enquanto as preparações ainda estão em andamento na Grécia para 30 pessoas seguirem para Luxemburgo no fim desta semana ou no início da próxima.
A primeira redistribuição de imigrantes da Itália no âmbito do plano da UE ocorreu na semana passada, quando 19 cidadãos da Eritreia foram levados à Suécia.