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Países da América Latina têm diferentes tradições para o Ano Novo

Em vários países da região, é recomendado passear pelo bairro à meia-noite com uma mala: a promessa de muitas viagens no próximo ano

Ano Novo: nas praias do Rio de Janeiro, milhares de pessoas jogarão flores e oferendas nas águas (Ryan Pierse/Getty Images)

Ano Novo: nas praias do Rio de Janeiro, milhares de pessoas jogarão flores e oferendas nas águas (Ryan Pierse/Getty Images)

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AFP

Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 14h11.

Os brasileiros se vestem de branco e fazem oferendas a Iemajá na virada do ano para pedir paz, amor ou dinheiro, mas outras superstições na noite de ano novo, como comer uvas e lentilhas, também são costume em outros países da América Latina.

Nas praias do Rio de Janeiro, por exemplo, milhares de pessoas jogarão flores e oferendas nas águas, ou vão pular as sete primeiras ondas do ano para ter seus pedidos realizados.

Em Santiago do Chile, todo mundo vai vestir lingerie de cor amarela: a tradição é para atrair prosperidade e amor.

"A calcinha amarela é para o amor, sorte, dinheiro, para que este ano seja bom para todos. Temos calcinhas, cuecas, shorts, tudo amarelo", explica à AFP Gladys Leal, uma vendedora de lingerie na capital chilena.

Ao lado, outra lojista, Jesica Silva, diz que "como é a tradição a cada ano, é necessário que a roupa de baixo seja oferecida como presente para trazer boa sorte para o próximo ano, para os solteiros, para o amor, abundância e prosperidade".

"Porque o amarelo representa os raios dourados da abundância e da prosperidade", insiste.

Alguns puristas até sugerem vestir a lingerie do lado avesso para garantir um ano novo cheio de paixão.

"Além da roupa íntima amarela, a tradição está mais relacionado com a cor", diz o escritor chileno Héctor Velis-Meza, autor de "A História Secreta do Natal e do Ano Novo", que recorda que o amarelo, tradicionalmente considerado como uma cor que atrai azar, aqui refere-se ao sol como um símbolo da eternidade.

O Chile não é o único a ter esta tradição das roupas íntimas amarelas, igualmente observada no Brasil, principalmente para atrair riqueza, no México, Peru e Equador.

No Uruguai e na Argentina a lingerie deve ser preferencialmente rosa para celebrar a chegada de 2017, enquanto na Venezuela é indispensável vestir roupas novas.

Jogar água, queimar bonecas...

Estas mandingas estão entre os muitos costumes da América Latina para celebrar o Ano Novo, mas uma das mais comuns é comer lentilhas na ceia de Réveillon, e 12 uvas à meia-noite, uma por mês do novo ano.

Em vários países da região, também é recomendado passear pelo bairro à meia-noite com uma mala: a promessa de muitas viagens no próximo ano.

No Uruguai, a população está acostumada a jogar baldes de água na rua para limpar os caminhos antes da chegada do novo ano... enquanto jogam na mesma rua calendários do ano que acaba de terminar.

Para garantir a boa sorte no ano novo, os colombianos colocam batatas sob sua cama.

No Peru e Equador, o ritual é o de queimar bonecas representando as personalidades mais rejeitadas pela população, um costume relacionado àspráticas indígenas andidas de justiça popular.

Mas, em geral, como apontado por Héctor Velis-Meza, "grande parte desses ritos foram trazidos da Europa pelos conquistadores" de Espanha e Portugal, principalmente.

Este é particularmente o caso das doze uvas a engolir na meia-noite, um típico hábito espanhol.

O escritor também cita o exemplo da tradição de comer lentilhas: na Europa, era costume de ingerir este prato altamente calórico para preparar o corpo para o inverno... enquanto na América Latina a passagem de ano ocorre em pleno verão.

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