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País precisa de equipamento e pessoal para prevenir desastres

Análise é do novo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia

Petrópolis, região serrana do Rio: governo deve comprar 10 radares meteorológicos e mil pluviômetros automáticos (Wilson Dias/ABr)

Petrópolis, região serrana do Rio: governo deve comprar 10 radares meteorológicos e mil pluviômetros automáticos (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 16h50.

Brasília – A criação do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais anunciado pelo governo federal após as enchentes na região serrana do Rio de Janeiro deverá exigir a compra de mais dez radares meteorológicos e mil pluviômetros automáticos para usar na previsão e monitoramento de chuvas. A estimativa é do cientista Carlos Nobre, que tomou posse hoje (2) na Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O país tem, atualmente, cerca de 20 radares meteorológicos e 800 pluviômetros automáticos. Os radares captam dados sobre o movimento de circulação da massa de ar e de gotículas de água.

Os dados são processados em supercomputadores para prever a localização e intensidade das chuvas. Já o pluviômetro mede o volume da chuva que caiu. O monitoramento desse dado pode informar se o solo de uma região, como o das encostas de morros, recebeu muita água e pode ter risco de deslizamento.

Nobre quer que as comunidades “saibam ler” os pluviômetros que serão instalados e possam avaliar risco de enchentes e encharcamento de solos. “Isso não é igual terremoto, dá alerta”, explicou. No dia 11 de janeiro, véspera das chuvas que resultaram nos deslizamentos nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Areal, os pluviômetros da região serrana do Rio já registravam um volume excepcional de chuva; ou seja, havia informação sobre a possibilidade do solo estar encharcado, o que provocou o deslizamento, inclusive em áreas florestadas.


Além de equipamento para a previsão e monitoramento da chuva, Nobre lembra que é preciso usar sensores no solo e fazer estudos geológicos para conhecer as condições de várias áreas de risco, especialmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. O secretário não estabeleceu quantas cidades deverão fazer estudos geológicos e instalar equipamentos. Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o Brasil tem apenas 100 geólogos especializados nesse tipo de trabalho.Nos últimos 20 anos, 216 cidades registram anualmente pelo menos cinco mortes por causa de chuva e mais de 500 tiveram perdas materiais.

Após a posse de Nobre e mais quatros secretários do MCT, Mercadante mostrou as imagens impressas do satélite americano GeoEye, processadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) após o desastre na região serrana do Rio. Um lote de 50 fotos (feitas em 20 de janeiro) com “as cicatrizes do deslizamento” foi entregue à Defesa Civil. As imagens estão disponíveis para download no site do Inpe.

A compra de equipamentos para monitoramento das chuvas e a implementação do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais envolve o MCT, o Ministério da Integração Nacional, o Ministério da Defesa, o Ministério da Agricultura, o Ministério do Planejamento, o Gabinete de Segurança Institucional e a Casa Civil.

Ainda não há orçamento estabelecido para esses gastos. A Lei Orçamentária de 2011, aprovada pelo Congresso Nacional, ainda não foi sancionada e a expectativa é que haja cortes e remanejamento no Orçamento. A presidenta Dilma Rousseff já assinou medidas provisórias para crédito extraordinário de R$ 780 milhões para obras civis e de rodovia e para concessão de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para capital de giro e investimento de empresas e microempreendedores individuais localizados nos municípios do Rio atingidos pela chuva.

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