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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
São Paulo - Mesmo sem cumprir plenamente as metas de preservação ambiental, o governo brasileiro buscará um papel de protagonista na próxima Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), a ser realizada em outubro em Nagoia, no Japão.
De acordo com a secretária de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília de Brito, o País vai apresentar os custos para a preservação ambiental e pleitear recursos para o seu cumprimento.
A ideia é definir metas e prazos para repasse de recursos dos países mais ricos para nações com maior biodiversidade desenvolverem projetos de preservação da fauna e flora. "Em primeiro lugar vamos apresentar o número de custos", disse Maria Cecília. As declarações foram dadas hoje, em São Paulo, no Fórum Biodiversidade e Economia, realizado pela Editora Abril.
Apesar de o Brasil aspirar um papel de protagonista, as metas ambientais assumidas em 2002, na COP-6, realizada na Holanda, não foram cumpridas pelo País. Nas próximas semanas, antes da reunião em Nagoia, o governo vai divulgar um relatório informando o quanto o País ficou distante de alcançar as metas de preservação.
Ainda assim, a secretária disse acreditar que houve avanços. "Nenhum país cumpriu as metas, mas o Brasil tem resultados a apresentar". "Sozinho o Brasil criou 75% das unidades de preservação ambiental estipuladas como compromisso no mundo todo".
Além disso, segundo a secretária, o País começou a olhar mais para outros biomas além da Amazônia, como o Pantanal, a Caatinga e a Mata Atlântica. "O avanço no estudo desses biomas nos permitiu entender melhor as causas dos desmatamentos e descobrir a melhor maneira de agir", avaliou.
Ela atribui o não cumprimento das metas da COP-6 à "dificuldade de incluir o tema biodiversidade na pauta política e econômica". Maria Cecília também afirmou que o governo federal destinou apenas uma quantia que é o equivalente a 25% do que seria necessário para projetos de preservação.
Novo governo
Questionada sobre a transição de governo e o que seria necessário em um próximo governo para cumprir essas metas, ela disse faltar qualidade na negociação entre os ministérios e apontou a dificuldade de manter o tema da biodiversidade na pauta após as reuniões. A secretária defendeu também a necessidade de se criar um plano de carreira no ministério. Segundo ela, algumas pessoas passam pelo órgão apenas como "trampolim" para outras áreas.
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