Moscou - O pai do ex-técnico da CIA Edward Snowden retorna nesta quarta-feira aos Estados Unidos depois de se reunir em Moscou com seu filho, que em agosto obteve asilo na Rússia após ter revelado uma trama em massa de espionagem dos serviços secretos de seu país.

"Lon (Snowden) se vai, estou levando ele ao aeroporto. Está muito satisfeito com a viagem. Está feliz de ter visto seu filho", disse Anatoli Kucherena, assessor legal do asilado, à agência oficial RIA Novosti.

Lon Snowden, que afirmou que a Rússia é "um dos poucos lugares" onde seu filho pode se "sentir seguro", se reuniu com seu filho em um lugar não revelador após chegar a Moscou em 10 de outubro.

"Snowden pai está muito contente de como foi recebido na Rússia e de como estão tratando seu filho. Ele segue querendo muito bem ao filho. O considera uma pessoa completamente honesta que atuou corretamente", assinalou Kucherena à agência "Interfax".

"Ele seguirá apoiando a seu filho no futuro", disse o assessor.

O pai do técnico agradeceu o fundador do Wikileaks, Julian Assange, por tudo o que fez por seu filho desde que este teve que fugir a Hong Kong após filtrar a trama de espionagem, por isso que é perseguido pela justiça dos EUA.

"Não tenho certeza que meu filho possa voltar algum dia aos Estados Unidos", disse Lon Snowden à imprensa local.

Em 9 de outubro, Edward Snowden se reuniu com outros quatro filtros americanos de atividades dos serviços secretos em Moscou, como pode ser visto em um vídeo divulgado pelo Wikileaks, no qual foi sua primeira atividade pública desde que obteve asilo.

Nessas imagens, o ex-analista da CIA critica que o Departamento de Justiça dos EUA, "que se nega a processar pessoas que ocupavam altos cargos e que mentiram ao Congresso e ao país", não hesita em perseguir "alguém que diz a verdade", em alusão a seu caso.

Desde que obteve asilo temporário na Rússia em agosto, o jovem Snowden, de 30 anos, vive em paradeiro desconhecido.

Snowden chegou a Moscou em 23 de junho procedente de Hong Kong, mas não pôde seguir viagem à América Latina porque os Estados Unidos anularam todos seus documentos.

Sua concessão de asilo criou uma grave crise diplomática entre Washington e Moscou.