Mundo

Pai da informática recebe indulto póstumo

Por sugestão do governo, que atuou movido por um pedido popular, a rainha Elizabeth II concedeu o perdão a Turing


	Alan Turing: matemático morreu em 1954, aos 41 anos, envenenado com cianureto
 (Wikimedia Commons)

Alan Turing: matemático morreu em 1954, aos 41 anos, envenenado com cianureto (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2013 às 08h00.

Londres - O britânico Alan Turing, considerado o pai da informática moderna e que ajudou a decifrar o código Enigma alemão durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu nesta terça-feira um indulto póstumo após ter sido condenado em 1952 por ser homossexual.

Por sugestão do governo, que atuou movido por um pedido popular, a rainha Elizabeth II concedeu o perdão a Turing, que, além de sua condenação a 61 anos por práticas homossexuais, foi castrado quimicamente.

O matemático morreu em 1954, aos 41 anos, envenenado com cianureto. Embora o legista tenha determinado que foi suicídio, sua família e biógrafos sempre declararam que se tratou de um acidente.

Sua condenação lhe obrigou a abandonar seu trabalho no Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ), ao qual se incorporou após trabalhar durante a guerra em Bletchley Park - mansão na Inglaterra dedicada à análise de códigos.

"Alan Turing foi um homem excepcional com uma mente brilhante", afirmou hoje o ministro da Justiça, Chris Grayling, que foi quem pediu à soberana que emitisse o indulto.

"Seu brilho se evidenciou em Bletchley Park durante a Segunda Guerra Mundial, onde foi fundamental para decifrar o código Enigma, contribuindo para pôr fim à guerra e salvar milhares de vidas", acrescentou.

O perdão a Turing encerra uma campanha de vários anos, apoiada por cientistas como Stephen Hawking e que também incluiu uma proposição de lei apresentada na Câmara dos Lordes pelo liberal-democrata John Sharkey.

Em setembro de 2009, o então primeiro-ministro, o trabalhista Gordon Brown, já havia se desculpado publicamente pela condenação a Turing, que foi acusado na época de "grave indecência".

Acompanhe tudo sobre:GaysLGBTPreconceitosServiçosServiços de informática

Mais de Mundo

Prefeita de Los Angeles demite chefe dos bombeiros por gestão de incêndios

Juiz adia julgamento de prefeito de Nova York por corrupção, mas rejeita arquivar o caso

Homem é gravemente ferido após ser atacado no memorial do Holocausto em Berlim

Procuradoria rejeita denúncia de Evo Morales sobre suposto 'atentado' na Bolívia