Alexandre Padilha, ministro da Saúde: ele amplia seu controle na Saúde (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 10h01.
Brasília - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, conseguiu ontem a primeira vitória de sua gestão. Depois de 40 dias de articulação ele foi eleito por aclamação como presidente do Conselho Nacional de Saúde, colegiado encarregado de formular políticas e de fiscalizar a administração na área.
Mais do que a prerrogativa de chefiar o conselho, com a vitória Padilha torna mais distante um problema enfrentado por seu antecessor, José Gomes Temporão: a oposição constante a propostas por ele formuladas, além de críticas abertas contra a sua forma de gestão.
Desde o discurso de posse, Padilha mostrou estilo totalmente distinto. Enquanto Temporão procurou apontar problemas no conselho, o novo ministro garantiu que uma de suas principais missões seria garantir a representatividade do colegiado. “Ali ele lançou sua candidatura”, afirmou um dos integrantes do conselho, Arthur Custódio Sousa. Na plataforma, a principal proposta de Padilha foi a construção de consensos.
Embora tenha sido feita por aclamação, conselheiros sabiam que a escolha do ministro poderia passar um recado que há tempos eles querem evitar: o de perda do poder. A tradição sempre foi de a presidência do conselho ser assumida pelo ministro. Essa espécie de tabu foi quebrada em 2006 com a eleição de Francisco Batista Júnior, representante dos trabalhadores da Saúde, para o posto. Júnior foi reeleito nos anos seguintes e, este ano, não apresentou candidatura - para alguns, já prevendo a difícil batalha que enfrentaria com o ministro-candidato.
Nesta semana, foi a vez de Padilha convencer a representante de usuários, Jurema Werneck, a retirar sua candidatura. Na véspera da eleição, ele teve uma longa conversa com a candidata e com demais representantes dos usuários. Questionado, Padilha garantiu que o conselho continuará independente para fiscalizar. “Não sou o primeiro ministro ou o primeiro gestor a se tornar presidente”, rebateu.
Integrantes sabem, no entanto, que agora será preciso um esforço maior para garantir a “identidade” do colegiado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.