Rex Tillerson: Seul e Washington realizam atualmente, em território sul-coreano, suas maiores manobras militares em conjunto (Toru Hanai/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de março de 2017 às 08h27.
Seul - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse nesta sexta-feira em Seul, na Coreia do Sul, que a diplomacia da "paciência estratégica" exercida pelo governo de Barack Obama com Coreia do Norte "terminou" e que a melhor opção para Pyongyang é abandonar seu programa nuclear.
O chefe da diplomacia americana falou em entrevista coletiva ao lado de seu colega sul-coreano, Yun Byung-se, e da mesma forma que fez na véspera no Japão, ressaltou que Washington planeja mudar sua política em direção ao regime de Kim Jong-un, mas não deu mais detalhes a respeito.
Tillerson disse apenas que "todas as opções estão sobre a mesa" e que sente que o melhor para o futuro da segurança e estabilidade econômica da Coreia do Norte "é abandonar seu programa nuclear e de mísseis e desenvolvimento de qualquer arma de destruição em massa".
Durante seu discurso, o secretário de Estado classificou de "inadequada e problemática" as medidas de boicote econômico da China para a Coreia do Sul pela implementação em seu território do escudo americano THAAD (destinado a interceptar mísseis norte-coreanos mas criticado por Pequim por considerar que compromete sua segurança).
Nesse sentido, voltou a insistir em que o Sistema de Defesa Terminal de Área a Grande Altitude (THAAD, sigla em inglês), cuja instalação na Coreia do Sul começou na semana passada, é uma ferramenta "defensiva".
Além das tensões entre Pequim e Seul por conta do escudo, a visita de Tillerson acontece em um momento de especial tensão na península coreana.
Seul e Washington realizam atualmente em território sul-coreano suas maiores manobras militares em conjunto, depois que Pyongyang, que já respondeu a estes exercícios lançando quatro mísseis balísticos no início do mês passado, efetuasse um número recorde de testes armamentísticos em 2016.
Além disso, ainda tem o caso do assassinato, em fevereiro, do irmão mais velho do líder norte-coreano na Malásia, onde Seul acusa abertamente a Coreia do Norte, que nega envolvimento no crime.