EUA: desde a última quarta-feira, todas as correspondências dos escritórios da CNN foram separadas para verificação (Kevin C. Cox/Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 29 de outubro de 2018 às 12h59.
Última atualização em 29 de outubro de 2018 às 16h02.
Um pacote suspeito endereçado à sede da CNN na cidade norte-americana de Atlanta foi interceptado na manhã desta segunda-feira, disse a rede, cinco dias depois que uma de 14 cartas-bomba enviadas a alguns dos maiores críticos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, forçou o esvaziamento da redação da emissora em Nova York.
O pacote mais recente foi interceptado em uma agência dos correios de Atlanta, disse o presidente mundial da CNN, Jeff Zucker, em um tuíte.
O esquadrão antibomba do FBI de Atlanta e outros agentes das forças da lei agiram depois de serem notificados pelo Serviço de Inspeção Postal dos EUA, disse Kevin Rowson, porta-voz da Polícia Federal, em um comunicado.
Zucker disse não haver nenhum perigo iminente. Desde que uma bomba caseira apareceu na redação nova-iorquina da CNN, situada no Time Warner Center, na quarta-feira, toda a correspondência da emissora passou a ser examinada em outro local, disse.
A notícia sobre o novo pacote veio à tona a pouco mais de uma semana das polarizadas eleições de 6 de novembro, nas quais os democratas estão tentando tomar o controle de um Congresso hoje comandado pelo Partido Republicano de Trump.
As bombas da semana passada foram enviadas a diversos democratas proeminentes, entre eles o ex-presidente Barack Obama, e outros alvos frequentes do desprezo de Trump.
Cesar Sayoc, ex-stripper e entregador de pizza em meio período acusado de ter enviado as bombas, deve comparecer perante um juiz federal pela primeira vez na tarde desta segunda-feira.
Sayoc, de 56 anos, foi acusado de cinco delitos: transporte interestadual e envio ilegal de explosivos, ameaça a um ex-presidente, comunicações interestaduais ameaçadoras e agressão a autoridades federais.
Acredita-se que o caso será transferido para Nova York, onde ele será processado pela Procuradoria-Geral local, disseram autoridades.
Não foi possível contatar de imediato Sarah Baumgartel, defensora pública identificada como a advogada de Sayoc em Nova York, para obter comentários.
Sayoc, um nativo de Nova York, está sendo detido sem fiança desde que foi preso por agentes federais no sul da Flórida na sexta-feira na esteira de uma caçada humana nacional de quatro dias pela pessoa que enviou as bombas caseiras a críticos de Trump, entre os quais também está a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama Hillary Clinton, que Trump derrotou na corrida presidencial de 2016.