Mundo

Otan pode apoiar operação na Líbia em poucos dias, diz França

Ministro das Relações Exteriores francês confirmou que é necessário o apoio de todos os países membros para que a Otan entre na operação

O chanceler francês, Alain Juppé, disse que a operação evitou um "banho de sangue" em Benghazi (Getty Images)

O chanceler francês, Alain Juppé, disse que a operação evitou um "banho de sangue" em Benghazi (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 14h43.

Bruxelas - O ministro de Exteriores francês, Alain Juppé, assegurou nesta segunda-feira que a Otan está preparada para apoiar em "uns dias" a operação militar que vários países iniciaram na Líbia para proteger a população civil, por causa da resolução do Conselho de Segurança da ONU.

"O sucesso da intervenção é claro", indicou Juppé à imprensa ao término do Conselho de Ministros de Exteriores europeus realizado nesta segunda-feira em Bruxelas, que analisou a crise na Líbia e as revoltas em outros países da região.

O chefe da diplomacia francesa lembrou que atualmente os Estados Unidos coordenam a operação em estreita colaboração com a França e com o Reino Unido, e que a Otan está disposta a dar seu apoio a intervenção "daqui a uns dias".

"Salvamos a população civil de Benghazi", sentenciou, e declarou que, se a coalizão internacional "não tivesse feito nada", teria ocorrido um "banho de sangue" nessa cidade.

O francês assegurou que a intervenção internacional "neutralizou a capacidade do (ditador líbio, Muammar) Kadafi de atuar contra a população civil".

Juppé destacou que a operação está sendo realizada com o acordo dos países árabes, e ressaltou que a Liga Árabe deixou claro seu "apoio" à mesma.

O ministro francês afirmou que "muitos países desejariam passar a operação sob a bandeira da Otan", mas também ressaltou que "é preciso levar em conta a opinião dos países árabes".

Lembrou que "não é a Otan que tomou a iniciativa" da operação na Líbia, mas é uma "coalizão" na qual participam países árabes da resolução de 1973 das Nações Unidas.

No entanto, indicou que no desenvolvimento da operação a Otan apresentará seu "planejamento", e defendeu que todos os países que participam dela têm que estar de "acordo".

Por último, ressaltou a necessidade que a intervenção seja concluída "o mais rápido possível".

Juppé explicou que os ministros europeus se centraram nesta segunda-feira no trabalho de ajuda humanitária que podem ser realizadas na zona, e nesse sentido apontou que "a UE não pode ser uma ONG", e que deve "assumir suas responsabilidades" no marco da política de defesa comum.

Sobre o ceticismo da Alemanha perante a operação, Juppé afirmou que "há discussões" mas que "a decisão está aí", e aludiu às conclusões aprovadas pelo Conselho de Ministros da UE nesta segunda-feira, nas quais os 27 se mostram de acordo com o "total efeito" da resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDiplomaciaEuropaFrançaLíbiaOtanPaíses ricos

Mais de Mundo

Três ministros renunciam ao governo de Netanyahu em protesto a acordo de cessar-fogo em Gaza

Itamaraty alerta para a possibilidade de deportação em massa às vésperas da posse de Trump

Invasão de apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial deixa tribunal destruído em Seul

Trump terá desafios para cortar gastos mesmo com maioria no Congresso