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Otan espera desdobrar missão de apoio no Afeganistão

Após garantias dos EUA, a Otan mostrou confiança de que poderá cumprir com seu plano de desdobrar uma missão no Afeganistão


	Militares no Afeganistão: 9,8 mil soldados serão mantidos no Afeganistão a partir de 2015
 (Mohammad Ismail/Reuters)

Militares no Afeganistão: 9,8 mil soldados serão mantidos no Afeganistão a partir de 2015 (Mohammad Ismail/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 13h20.

Bruxelas - A Otan mostrou nesta quarta-feira confiança de que poderá cumprir com seu plano de desdobrar uma missão de formação, assessoria e assistência às forças de segurança do Afeganistão a partir de 2015, após o anúncio dos Estados Unidos de que garantirá presença de seus soldados no país além deste ano.

"Realizo o recente anúncio do presidente (dos EUA, Barack) Obama e a significativa contribuição dos Estados Unidos", disse Anders Fogh Rasmussem, em entrevista coletiva ao término de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa aliados.

Em 27 de maio, Obama assegurou que manterá 9,8 mil soldados no Afeganistão a partir de 2015 e que irá reduzindo sua presença de acordo com o nível necessário para o trabalho de sua embaixada em 2016.

"Isto é consistente com nossos planos. Junto às contribuições oferecidas por outros aliados e parceiros, mostra que a Otan segue comprometida com o Afeganistão", enfatizou Rasmussen.

A Aliança prepara o desdobramento desta missão, chamada "Apoio decidido", após completar a retirada de sua operação internacional de combate no Afeganistão (Isaf) no final deste ano.

Por outro lado, o fato de que o governo afegão ainda não tenha assinado o acordo bilateral de segurança negociado com os EUA que abriria a porta para rubricar o acordo de status das forças da Otan, colocou em questão o desdobramento da nova missão aliada.

Esses pactos conformam a regulação necessária para a presença de militares estrangeiros no território afegão a partir de 2015.

"Temos que deixar claro que a missão Apoio Decidido só pode se desdobrar se houver assinatura dos acordos de segurança requeridos e estiver em vigor no marco legal necessário", advertiu Rasmussen.


Em qualquer caso, além do anúncio da manutenção de soldados americanos no Afeganistão além de 2014, Rasmussen considerou positivo que os dois candidatos que concorriam à presidência do país no segundo turno das eleições "tenham mostrado seu apoio a assinar os acordos necessários como uma prioridade".

Nessa linha de otimismo, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, declarou à imprensa que, levando em conta a opinião dos candidatos a presidir o governo afegão, "deveríamos agora avançar na finalização do plano de operações" da missão.

Fontes aliadas confirmaram que a Otan convocou uma conferência de geração de forças para a futura missão em meados de julho, na qual cada país membro ou parceiro poderá propor recursos.

Hagel assegurou que a cúpula da Otan que será realizada no País de Gales (Reino Unido) em 4 e 5 de setembro "nos permitirá reafirmar nosso compromisso com um futuro mais promissor para o Afeganistão".

No que diz respeito à duração ou quantidade de soldados com os quais contará a nova missão, Rasmussen não quis entrar em detalhes já que "ainda não foram discutidos números exatos", embora tenha afirmado que "o anúncio dos Estados Unidos dá uma indicação de seu tamanho".

O político dinamarquês também considerou "essencial" que o segundo turno do pleito presidencial seja transparente, livre e justo, de acordo com os padrões internacionais, e se declarou "impressionado pelo entusiasmo" dos cerca de sete milhões de cidadãos afegãos que foram votar no primeiro turno.

"Foi um grande êxito para as autoridades afegãs, uma clara rejeição dos talibãs e uma vitória significativa do povo afegão", declarou.

O político ressaltou, além disso, o esforço do governo e das forças de segurança do Afeganistão para preparar as eleições.

Por fim, Hagel voltou a insistir na queda dos orçamentos de defesa nos países europeus e em como EUA "faz cargo de forma desproporcional" das despesas da Aliança.

"O apoio dos EUA está demonstrado", disse, mas declarou que "deveria ser renovado com mais recursos europeus" e assegurou que os líderes da Otan abordarão esta situação na cúpula de Gales com ideia de "ver se se podem reverter estas tendências".

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