Os gastos dos membros da Otan com defesa já contabilizam 70% de todo gasto militar do planeta (Chaiwat Subprasom/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2017 às 06h24.
Última atualização em 29 de junho de 2017 às 07h56.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) finalmente cedeu às pressões do presidente americano Donald Trump. Hoje os ministros de Defesa dos países que compõem o grupo devem aprovar um aumento de 4,3% dos gastos militares de seus membros, excluindo os Estados Unidos, e divulgar os dados do aumento país a país. Dentre eles, o primeiro país que deve ser pressionado a atingir a meta de 2% do PIB investido em defesa é a Romênia.
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Desde sua campanha, no ano passado, Donald Trump pressionava a Otan para que aumentasse os gastos militares. Segundo ele, os países se encostavam nos Estados Unidos, cujos gastos militares são de 3,3% do PIB, uma cifra que gira em torno de 600 bilhões de dólares, para garantir suas defesas diante do pacto firmado pelos membros da Otan e deixavam de investir em aparato militar.
Trump chegou a ameaçar tirar os Estados Unidos da Otan, o que gerou desconfortos internacionais e preocupações, principalmente com o aumento do expansionismo russo, sob a gestão do presidente Vladimir Putin.
Os gastos dos membros da Otan com defesa já contabilizam 70% de todo gasto militar do planeta — cerca de 1,17 trilhão de dólares. Com o aumento de 4,3%, 280 bilhões de dólares serão adicionados ao montante só este ano por Europa e Canadá.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que esta é a maneira da Otan de mostrar a Washington que os Estados Unidos têm aliados confiáveis no grupo, depois de meses de Trump questionar o valor da Otan.
“Nenhum outro grande poder no mundo, seja China ou Rússia, tem o que os Estados Unidos tem na Otan, 28 aliados que se mantém unidos e que provêm mútuo suporte”, afirmou em coletiva ontem.
Segundo Stoltenberg, as críticas de Trump “jogaram luz no problema dos investimentos em defesa”, mas a invasão da Rússia sobre a Crimeia, que aconteceu em 2014, também foi um grande motivador da decisão. Qualquer que seja o motivo, a decisão da Otan é uma vitória da pauta de Trump.