Vladimir Putin e Kim Jong Un (Vladimir SMIRNOV /Getty Images)
Repórter
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 11h13.
Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 15h04.
O secretário-geral do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, confirmou que militares norte-coreanos foram enviados para a Rússia e estão a caminho de Kursk, região russa ocupada pela Ucrânia desde agosto desse ano.
“Hoje posso confirmar que tropas norte-coreanas foram enviadas para a Rússia e que unidades militares norte-coreanas foram destacadas na região (russa) de Kursk”, disse em uma declaração à imprensa, feita nesta segunda-feira, 28, após a visita de uma delegação de alto nível da Coreia do Sul para informar a Aliança sobre o assunto. "O aprofundamento da cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte é uma ameaça à segurança tanto do Indo-Pacífico quanto do Euro-Atlântico."
A organização transatlântica já tinha confirmado na semana passada o envio de soldados norte-coreanos para a Rússia e hoje uma delegação sul-coreana informou o Conselho do Atlântico Norte, o órgão máximo de tomada de decisões da Otan no qual estão representados os Estados-membros, sobre o envolvimento de Pyongyang na guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Ele destacou que Pyongyang já forneceu a Moscou “milhões de munições e mísseis balísticos que estão alimentando um grave conflito no coração da Europa e minando a paz e a segurança globais”.
Rutte acrescentou que, em troca, o presidente russo, Vladimir Putin, está fornecendo à Coreia do Norte tecnologia militar e "outros apoios para contornar as sanções internacionais".
"O envio de tropas norte-coreanas para Kursk é também um sinal do crescente desespero de Putin. Mais de 600 mil militares russos foram mortos ou feridos na guerra de Putin e ele é incapaz de manter seu ataque à Ucrânia sem apoio estrangeiro", disse o secretário-geral ao explicar a relação militar entre os dois países.
“A Otan apela à Rússia e à Coreia do Norte para que parem imediatamente com estas ações”, pontuou a autoridade internacional.
A aproximação entre os dois países tem sido noticiada nas últimas semanas. Antes dessa declaração da Otan, o Kremlin havia descartado relatos sobre uma implantação de tropas norte-coreanas como "notícias falsas". Mas na última quinta-feira, Putin não negou que tropas norte-coreanas estavam na Rússia e disse que era assunto de Moscou como implementar um tratado de parceria com Pyongyang.
Um representante norte-coreano nas Nações Unidas em Nova York chamou os relatos de "rumores infundados".
A principal autoridade presidencial da Ucrânia disse na segunda-feira que sanções não seriam uma resposta suficiente ao envolvimento norte-coreano na guerra e pediu mais suprimentos de armas ocidentais para Kiev.
"Tropas norte-coreanas já estão na região de Kursk. Isso é uma escalada. Sanções por si só não são suficientes. Precisamos de armas e um plano claro para impedir o envolvimento expandido da Coreia do Norte na guerra na Europa", disse Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, no X.
Com informações da EFE