Bruxelas - O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, anunciou nesta segunda-feira que os líderes aliados aprovarão nesta semana na cúpula de Gales (Reino Unido) um plano de ação rápida para dotar o organismo de maior agilidade, em resposta ao "agressivo" comportamento da Rússia na crise ucraniana.
"Asseguraremos que a Aliança está preparada e é capaz de defender os aliados de qualquer ataque", disse Rasmussen durante uma entrevista coletiva prévia à cúpula que a Aliança Atlântica realizará no País de Gales nos dias 4 e 5 de setembro.
Ele explicou que os chefes de Estado ou de governo dos 28 países da Otan terão sobre a mesa o plano de ação rápida (RAP, sigla em inglês), que fará à Aliança "mais ágil do que nunca" e que reforçará a defesa desses Estados.
"O plano responde ao agressivo comportamento da Rússia, mas também permite que a Aliança responda aos diferentes desafios em segurança de onde queira que procedam", destacou.
Rasmussen especificou que a nova força será composta por milhares de soldados, embora tenha indicado que "ainda é muito cedo" para dar números concretos e precisou que haverá uma rotação por países.
"Será reforçado de forma significativa a capacidade de resposta da Otan. Será desenvolvido o que se pode chamar ponta de lança de nossa capacidade de resposta: uma força de ação muito rápida que poderá se desdobrar em pouco tempo", detalhou.
Ele acrescentou que um eventual desdobramento acontecerá "em questão de dias", e assegurou que "estará preparada para responder quando for necessário com o apoio de forças terrestres, aéreas e marítimas e das forças especiais" a qualquer eventual ameaça aos aliados, incluindo a Rússia.
Os líderes da Otan e os das 33 nações associadas à Aliança, mais os países que formam a missão aliada no Afeganistão (Isaf), participarão esta semana da cúpula que será realizada em um complexo de Newport, perto da cidade galesa de Cardiff.
A reunião, na qual também será abordada a evolução da situação no Afeganistão e Iraque, entre outros assuntos, se centrará, principalmente, no apoio à Ucrânia e nas relações entre Moscou e os aliados, muito deterioradas desde o início da crise.
A Otan, que este ano completa 65 anos, realiza a cúpula de Gales no que Rasmussen qualificou como "momento crucial de sua história", perante as crises aberta no leste com a intervenção de Moscou na Ucrânia e a crescente instabilidade, o aumento do extremismo e do sectarismo e a fragilidade de Estados como o Afeganistão e o Iraque.
O RAP assegurará que os aliados irão dispor "das forças e do equipamento apropriados no lugar e no momento adequados", ressaltou Rasmussen, que detalhou que isso significa que "haverá uma maior presença aliada no leste e pelo tempo que for necessário".
Durante a cúpula em Gales está prevista uma reunião com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, a quem os aliados expressarão apoio perante a agressão da Rússia em seus territórios orientais, assim como as prioridades nas reformas previstas por esse país e os passos concretos que darão para ajudar a Kiev. Rasmussen advertiu que o comportamento da Rússia representa uma "flagrante violação" dos acordos assinados entre ambos em 1997 que regem as relações.
Sobre os vínculos entre a Otan e Moscou, o secretário-geral do organismo declarou que desde que terminou a Guerra Fria os aliados quiseram construir "um acordo construtivo de parceria", mas "hoje é preciso enfrentar a realidade que Rússia não considera à Otan um parceiro".
"Não podemos ser ingênuos nem termos ilusões. Enfrentamos à realidade de que Rússia nos considera adversária e nos adaptaremos a essa situação", afirmou o secretário-geral.
Sobre a possibilidade de que Kiev solicite, no futuro, entrada na Otan, Rasmussen indicou que será analisada quando chegar o caso, se o país decidir mudar sua atual postura de "não adesão e afiliação" ao organismo e cumprir com todos os requisitos.
-
1. Velas e armas
zoom_out_map
1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
-
2. Pelo chão
zoom_out_map
2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
-
3. Memória saqueada
zoom_out_map
3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
-
4. Sem destino
zoom_out_map
4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
-
5. Caixa-preta
zoom_out_map
5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
-
6. Represália Europeia
zoom_out_map
6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
-
7. Maioria holandesa
zoom_out_map
7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
-
8. Domingo de homenagem
zoom_out_map
8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
-
9. Em busca da cura
zoom_out_map
9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
-
10. EUA diz que sabe
zoom_out_map
10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
-
11. Artigo editado
zoom_out_map
11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
-
12. Duas tragédias no ano
zoom_out_map
12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
-
13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
zoom_out_map
13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)