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Os planos de Obama para acabar com a Al Qaeda

Documento divulgado pela Casa Branca mostra quais são os alvos principais dos Estados Unidos na guerra contra o terror

Morte de Bin Laden foi só o primeiro passo: Al Qaeda tem novo líder e continua bem articulada na Ásia e no Oriente Médio (Hamid Mir/Editor/Ausaf Newspaper for Daily Dawn/Reuters)

Morte de Bin Laden foi só o primeiro passo: Al Qaeda tem novo líder e continua bem articulada na Ásia e no Oriente Médio (Hamid Mir/Editor/Ausaf Newspaper for Daily Dawn/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2011 às 12h10.

São Paulo - A morte do terrorista saudita Osama bin Laden foi um grande passo dos Estados Unidos em sua guerra contra o terror. Tirar o líder da Al Qaeda de cena era objetivo prioritário dos norte-americanos para enfraquecer um dos grupos terroristas mais organizados do mundo. Agora o presidente Barack Obama quer sufocar de vez o principal inimigo de seu país.

Um documento divulgado pela Casa Branca mostra quais são os planos dos Estados Unidos para desarticular a Al Qaeda. As ações têm como base objetivos como fortalecer a parceria com países estratégicos em regiões de grande atuação do grupo terrorista, intensificar a propaganda contra a Al Qaeda no mundo todo e sufocar financeiramente a organização.

O texto, assinado pelo próprio presidente Obama, mostra ainda uma grande preocupação do país em fortalecer sua imagem no cenário internacional e em cuidar da autoestima dos norte-americanos. Um dos focos é construir “uma cultura de resiliência”. “Apresentar os Estados Unidos (ao mundo) como um país ‘durão’ não vai fazer com que a Al Qaeda e seus parceiros abandonem o terrorismo, mas pode fazer com que desistam de atacar alguns alvos em particular e persuadi-los de que suas ações não serão bem sucedidas”, diz o texto.

Veja abaixo algumas das principais estratégias dos Estados Unidos para derrotar a Al Qaeda:

1 Vigiar a própria casa

Há pelo menos duas décadas os Estados Unidos são alvo de atentados terroristas, mas em nenhum deles o país sofreu – e aprendeu – tanto quanto no de 11 de setembro de 2001. Depois do ataque ao World Trade Center, o governo americano investiu em tecnologia, leis e ações políticas para diminuir sua vulnerabilidade. Obama quer continuar avançando nestas áreas. A principal preocupação de seu governo tem sido a de implantar um sistema de vigilância em tempo real de todo o sistema aéreo do país, com ênfase nos voos internacionais.

2 Pente fino no sul da Ásia

Uma operação sigilosa dos Estados Unidos, que durou pelo menos um ano, revirou o Paquistão até encontrar o esconderijo de Osama bin Laden. Mas a morte do terrorista não coloca ponto final na ação americana no país. Pelo contrário: o Paquistão ainda é considerado um dos principais locais de articulação da liderança da Al Qaeda. Seu governo instável e enfraquecido cria o ambiente ideal para que as bases terroristas consigam suprimentos, apoio financeiro e abrigo para planejar novos ataques, inclusive ao território americano. 


Por isso, o governo dos Estados Unidos quer fortalecer a parceria com as autoridades paquistanesas, para intensificar a busca pelos terroristas. Os americanos reconhecem que apenas a morte de Bin Laden não será suficiente para desmantelar a Al Qaeda, e falam em um “período sustentado de intensa pressão” ao país, contando com a cooperação do governo. A mesma estratégia aplica-se ao vizinho Afeganistão, onde, além de grupos da Al Qaeda, também há ação do Talibã.

3 Quebrar o cofrinho dos terroristas na Península Arábica

Os países da península arábica – Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Kuait, Iêmen e outros – são a principal fonte de recursos financeiros da Al Qaeda. Boa parte da riqueza do petróleo é repassada ao grupo terrorista, e os Estados Unidos querem acabar com a festa. Para sufocar financeiramente a Al Qadea, o governo de Obama quer fortalecer a parceria com os governos destes países. O objetivo é incentivar práticas de fiscalização e monitoração responsável das movimentações financeiras para identificar transações suspeitas.

4 Apelar para a parceria antiga na Europa

Os países europeus são as principais portas de saída para terroristas com objetivos de atacar território americano. Os Estados Unidos sabem disto, e os europeus também. Por isso, no documento assinado pelo presidente Obama está registrada a preocupação em fortalecer as “fortes e duradouras parcerias” entre governos. Os Estados Unidos planejam dar consultoria e apoio a países europeus para reforçar a vigilância e o combate ao terrorismo. Nos locais em que a infraestrutura de contraterrorismo é fraca, os americanos prometem uma ajuda mais próxima.

5 Fortalecer o governo do Iraque

A presença de grupos da Al Qaeda no Iraque representa uma ameaça constante para as forças militares norte-americanas no país. As operações antiterrorismo dos Estados Unidos desarticularam a liderança antiga da Al Qaeda no Iraque, mas uma nova geração tomou o poder. O grupo se aproveita de um governo onde ainda predomina a corrupção e de um sistema frouxo de leis que não mantém terroristas na cadeia por muito tempo. O principal objetivo dos Estados Unidos no país é intervir neste cenário para garantir que o governo local melhore sua capacidade de combater o terror.

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