Mulher presa: população carcerária feminina aumenta a velocidade muito maior que o ritmo observado entre homens, mostra levantamento do pelo Institute for Criminal Policy and Research (Pedro Nogueira/ThinkStock)
Gabriela Ruic
Publicado em 16 de outubro de 2015 às 10h40.
São Paulo – Há no mundo mais de 700 mil mulheres e meninas atrás das grades. É o que revela a terceira edição do World Female Imprisonment List, divulgada pelo Institute for Criminal Policy and Research (ICPR) da Universidade de Londres.
Conduzida em mais de 200 sistemas prisionais, a pesquisa trouxe à tona duas relevantes constatações: a população carcerária feminina aumentou 50% em 15 anos e cresce a velocidade muito maior que o ritmo observado entre os homens. Não detalha, contudo, quais fatores contribuíram para essa diferença.
Para Roy Walmsley, um dos pesquisadores chefes, o aumento surpreendente deve ser visto com cuidado por governos e autoridades envolvidas no desenvolvimento de políticas prisionais. “O encarceramento de mulheres tem altos custos financeiros e sociais e seu uso em excesso não traz impactos positivos na segurança pública”, comenta.
Jessica Jacobson, diretora do ICPR, enxerga esse crescimento com apreensão. Na sua visão, as mulheres e meninas presas são um grupo vulnerável e desfavorecido e que, geralmente, é o maior alvo de abusos e outros crimes.
O estudo nota que o número de presas aumentou de forma significativa especialmente na América Central e do Sul e Ásia. Na Guatemala e no Brasil, há quatro vezes mais mulheres em prisões hoje que o registrado em 2001 e 2000. No Camboja e Indonésia, tal número mais que quadruplicou nesses 15 anos.
A pesquisa elaborou ainda um ranking que mostra a extensão do encarceramento feminino no mundo. Veja no infográfico produzido por EXAME.com quais são os países que mais colocam mulheres e meninas na cadeia e como são esses números no contexto regional.