Flores e velas deixadas na calçada em frente à casa de shows Bataclan, local de um dos ataques terroristas em Paris (Christopher Furlong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 13h25.
Paris - O atentado islâmico à revista satírica Charlie Hebdo transformou a França no terceiro país mais mortífero para os jornalistas em 2015, logo atrás de Síria e Iraque, declarou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) nesta terça-feira.
Sessenta e sete jornalistas foram mortos em todo o mundo este ano, seja por causa de ou durante seu trabalho, informou a RSF, sediada na capital francesa, em seu relatório anual.
Cerca de 27 jornalistas amadores e sete funcionários de empresas midiáticas também foram mortos.
"A maioria não são jornalistas no lugar errado e na hora errada durante um bombardeio, são jornalistas assassinados para serem impedidos de fazer seu trabalho", declarou o secretário-geral do RSF, Christophe Deloire, à Reuters.
"Hoje, se você for jornalista, mesmo se seu público for só de leitores de seu país... você está se expondo a malucos do outro lado do mundo, grupos de extremistas religiosos, que podem colocar você em uma lista negra, e depois outras pessoas agem e matam você".
Oito jornalistas morreram no dia 7 de janeiro em Paris quando islamistas armados atacaram a redação do Charlie Hebdo, o primeiro ataque do tipo em uma nação ocidental.
Com isso, em 2015 dois terços dos repórteres que morreram enquanto trabalhavam foram mortos em um país em paz, disse a RSF – o exato oposto de 2014.
Ainda neste ano, onze jornalistas foram assassinados no Iraque e 10 na Síria, os dois países mais perigosos para estes profissionais. O quarto foi o Iêmen, seguido por Sudão do Sul, Índia, México, Filipinas e Honduras.
O saldo de mortes de 2015 conta uma vítima a mais do que o de 2014, e está um pouco abaixo da média dos últimos 10 anos.
Separadamente, a RSF também compilou pela primeira vez o número de jornalistas cujas mortes não foram esclarecidas: 43 em 2015.