Mundo

Os países com as maiores reservas de nióbio no mundo

O nióbio é um metal estratégico para diversas indústrias, especialmente na fabricação de ligas de alta resistência, supercondutores e componentes para a indústria aeroespacial

Nióbio: quem são os 'senhores' do metal (reprodução/Wikimedia Commons)

Nióbio: quem são os 'senhores' do metal (reprodução/Wikimedia Commons)

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 11h48.

Tudo sobreNióbio
Saiba mais

Nesta quinta-feira, 28, a empresa chinesa China Nonferrous Trade (CNT) comprou a maior reserva de urânio e nióbio do Brasil, localizada no Amazonas, por US$ 340 milhões, cerca de R$ 2 bilhões. A CNT é uma subsidiária que pertence ao governo chinês.

O nióbio é um metal estratégico para diversas indústrias, especialmente na fabricação de ligas de alta resistência, supercondutores e componentes para a indústria aeroespacial. A principal característica é a alta capacidade de resistência a temperaturas extremas, o que o torna essencial em setores como a construção de aviões e foguetes, além de ser um componente importante na fabricação do aço

De reboques a nióbio: conheça as estratégias da Randon para crescer 67% em um ano

Entre os países com maiores reservas de nióbio, o Brasil ocupa a primeira posição, com mais de 98,2% das reservas conhecidas e lavráveis no mundo. São aproximadamente 16,1 milhões de toneladas de óxido de nióbio contido (Nb2O5), o que representa cerca de 93% da produção mundial, e a maior parte das reservas está concentrada em estados como Minas Gerais, Goiás e Amazônia, nas minas de Araxá, Catalão, Ouvidor, Pitinga e outras jazidas no Centro-Norte de Rondônia.

Quais são os principais países com reserva de nióbio?

Além do Brasil, outros países com expressivas reservas de nióbio incluem Canadá e Austrália, que ocupam o segundo e terceiro lugares no ranking global. O Canadá detém aproximadamente 200 mil toneladas de nióbio e responde por cerca de 6,7% da produção mundial. Já a Austrália, ainda que com reservas menores, também tem se destacado na exploração do metal.

Seguidos do top 3 estão Angola, Rússia, Arábia Saudita, República Democrática do Congo, Nigéria, Etiópia e Moçambique. Estes países têm demonstrado interesse crescente na exploração do mineral, mas suas reservas e produções ainda são modestas quando comparadas aos grandes produtores.

Veja a lista dos 'senhores' do nióbio

  1. Brasil
  2. Canadá
  3. Austrália
  4. Ruanda
  5. Nigéria
  6. Moçambique
  7. Etiópia

O crescimento da demanda e o papel do Brasil no mercado global

Nos últimos anos, a demanda por nióbio tem crescido a um ritmo acelerado, com uma média anual de consumo mundial entre 100 mil e 150 mil toneladas de Nb2O5. Esse aumento se deve principalmente ao uso crescente do metal na fabricação de ligas de alta performance, materiais para a indústria de energia e novos mercados, como o de veículos elétricos. De 2016 para 2017, a produção global de nióbio foi de cerca de 86,7 mil toneladas de Nb2O5, sendo o Brasil responsável por mais de 93% dessa produção, com cerca de 23,5 mil toneladas de Nb2O5 extraídas, o que equivale a 142 mil toneladas de nióbio contido.

Entre os maiores produtores brasileiros, destaca-se a mina de Araxá (MG), operada pela CBMM, uma das maiores fornecedoras mundiais de nióbio. A mina tem uma produção média superior a 78 mil toneladas por ano e é uma das mais rentáveis, com uma vida útil estimada em 400 anos, graças à enorme quantidade de minério disponível. O teor médio de Nb2O5 na mina de Araxá é de 2,59%, o que torna o local extremamente eficiente para a extração do mineral.

Reservas e potencial futuro

Enquanto o Brasil domina a produção e as reservas de nióbio, países como Ruanda, Nigéria e Etiópia têm mostrado crescente interesse nas suas jazidas potenciais. A África, especialmente a região central e oriental, desponta como uma área promissora para futuras descobertas e pode, com o tempo, representar uma fatia maior no mercado global de nióbio.

Em termos de reservas e produção, o Brasil continua imbatível, mas o desenvolvimento de novas tecnologias de exploração e a busca por fontes alternativas de nióbio podem mudar o cenário global nas próximas décadas. No entanto, por enquanto, o país permanece como líder absoluto no mercado, com uma posição consolidada e uma vantagem competitiva difícil de ser superada.

Impacto econômico e geopolítico

O controle das reservas de nióbio tem também uma forte dimensão geopolítica. O metal é crucial para a indústria de defesa e para a produção de tecnologia de ponta. A liderança brasileira neste setor, portanto, confere ao país uma posição estratégica no mercado global. A crescente demanda por nióbio, somada ao seu alto valor agregado, coloca o Brasil em uma posição vantajosa para se manter como líder nesse mercado especializado por muitos anos.

Em resumo, o Brasil não só domina as reservas de nióbio, mas também está na vanguarda da produção mundial do metal. À medida que a demanda cresce e novos produtores buscam explorar suas jazidas, o país continuará a ser uma peça-chave no cenário global de mineração e materiais estratégicos.

*Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial e revisado por nossa equipe editorial.

Acompanhe tudo sobre:NióbioUrânioChina

Mais de Mundo

Papa ficará internado por pelo menos mais uma semana, diz equipe médica

Israel libertará 602 prisioneiros palestinos em troca de reféns amanhã

Putin defende aumento da exploração de minerais raros na Rússia

Ministro israelense declara guerra contra o terrorismo após explosões de ônibus