Mundo

Os 10 piores países para ser cristão

Religião mais globalizada, o cristianismo é minoria nos países desta lista, onde seus seguidores são perseguidos, hostilizados e até assassinados

 (Rawpixel/Thinkstock)

(Rawpixel/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 15h32.

São Paulo - Um em cada 12 cristãos no mundo vive em países onde a prática da sua religião é proibida. Nesses lugares, quem segue Jesus sofre perseguições, hostilidade e violência. Só no ano passado, ao menos 3 mil praticantes do cristianismo foram mortos e mais de 700 igrejas foram depredadas, aponta a mais nova edição do relatório "World Watch List".

Compilado pela Open Doors USA, o relatório lista os países onde os cristãos são mais severamente oprimidos. Pelo décimo ano consecutivo, a Coreia do Norte lidera o ranking, seguida de países onde o extremismo islâmico "é o principal e dominante motor da perseguição".

Outra fonte de pressão para os cristãos, segundo o relatório, é o aumento do "nacionalismo religioso", onde os próprios governos favorecem a religião dominante em detrimento das minoritárias, um movimento que tem sido observado em partes da Ásia, como Índia e Nepal.

Confira a seguir os países mais perigosos para ser cristão.

1. Coreia do Norte

População total no país: 25.405.000
Número de cristãos: 300.000

O regime ditatorial norte-coreano é o principal opressor do cristianismo. No país que idolatra líderes supremos da família Kim, os cristãos são vistos como elementos hostis na sociedade e, por isso, devem ser erradicados.

Segundo o relatório, devido à constante doutrinação que permeia todo o país, vizinhos e até membros da família são vigilantes e denunciam qualquer atividade religiosa suspeita para as autoridades.

2. Afeganistão

População: 34.000.000
Número de cristão: indefinido

O Afeganistão declarou o Islamismo a religião de Estado em sua constituição. Por ser um estado islâmico por lei, funcionários do governo e cidadãos são hostis aos adeptos de qualquer outra religião. Os cristão que vivem lá são convertidos, incapazes de expressar sua fé, mesmo em particular, destaca o estudo.

3. Somália

População: 14.320.000
Número de cristãos: indefinido

Assim como no Afeganistão, o islamismo é a religião do estado na Somália. Mesquitas, madrasas (casas de estudos islâmicos) e representantes do grupo fundamentalista islâmico Al Shabab já delcararam publicamente que não há espaço para os cristãos no país.

4. Sudão

População: 42.166.000
Númerto de cristãos: 1.996.000

No Sudão, a perseguição que vem do governo e de grupos radicais muçulmanos é sistemática e remanescente de um movimento de limpeza étnica, destaca o relatório. Sob o governo autoritário do presidente al-Bashir e seu partido, a liberdade de expressão e religiosa é altamente sufocada. Historicamente, o governo sudanês adota a política de uma religião, uma cultura e uma língua, custe o que custar, doa a quem doer.

5. Paquistão

População: 196.744.000
Número de cristãos: 3.938.000

Grande parte da perseguição cristã no Paquistão vem dos grupos islâmicos radicais que florescem sob o favorecimento de partidos políticos, do exército e do governo. Esses grupos radicais controlam centros de ensino e encorajam os jovens a perseguir minorias religiosas, como os cristãos. No entanto, as principais fontes de perigo para os cristãos muitas vezes vêm de suas próprias famílias, para as quais a não conversão ao islamismo é considerada vergonha.

6. Eritreia

População: 5.482.000
Número de cristãos: 2.741.000

Tanto o governo quanto o clima sociocultural na Eritréia contribuem para a perseguição dos cristãos. O regime do presidente Afwerki é conhecido pelo autoritarismo absoluto. São frequentes prisões, assédio e assassinato de cristãos acusados de serem "agentes" infiltrados do mundo ocidental, destaca o relatório.

7. Líbia

População: 6.409.000
Número de cristãos: 41.000

Os cristãos na Líbia são uma minoria. No país, desgovernado e mergulhado em guerra civil, a impunidade reina para grupos criminosos e militantes islâmicos que perseguem cristãos.

8. Iraque

População: 38.654.000
Número de cristãos: 258.000

No Iraque, segundo o relatório, numerosos grupos contribuem para a perseguição de cristãos. Cristãos e outras minorias religiosas frequentemente são vítimas de sequestro e violência por movimentos radicais, como o Estado Islâmico. Cristãos de origem muçulmana enfrentam a pressão de seus clãs, famílias e comunidades, que podem até mesmo ameaçá-los de morte.

9. Iêmen

População: 28.120.000
Número de cristãos: indeterminado

Funcionários do governo do Iêmen mantêm um rigoroso sistema que trata toda a população como muçulmana. Quem se converte para o cristianismo sofre de violência e pressão social intensa. Em muitas áreas, destaca o relatório, a intervenção militar saudita deixou vácuos, permitindo que grupos como o EI e afiliados da Al Qaeda expandissem suas operações e a perseguição aos cristãos.

10. Irã

População: 80.946.000
Número de cristãos: 800.000

A principal ameaça para os cristãos no Irã vem do governo. O regime iraniano define o país como um estado islâmico baseado no islamismo xiita. Cristãos e outras minorias são vistos como uma distração indesejável para o ideal nacional. Por lei, um muçulmano que abandona a religião está  sujeito à pena de morte, embora não haja registros recentes de aplicação dessa lei por lá. O relatório destaca ainda que, apesar da opressão estatal, a sociedade iraniana é muito menos fanática em relação às minorias religiosas do que as lideranças do governo.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoCoreia do NorteCristãosRankingsReligiãoSomáliaSudãoViolência política

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru