Palácio do Planalto já indicou que tiraria as decisões da Copa das mãos de Orlando Silva (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2011 às 10h33.
Zurique - Se o ministro dos Esportes, Orlando Silva, ainda é o representante oficial de sua pasta, na prática ele já não apita nas decisões Relacionadas com a Copa do Mundo de 2014. Depois de estar presente em todos os eventos e ter operado nos bastidores para que seus aliados políticos recebessem jogos, Silva não estava ontem nem na sede da Fifa, em Zurique, nem no Itaquerão.
O Palácio do Planalto já indicou que tiraria as decisões da Copa das mãos do ministro. Em Zurique, essa perda de poder já era visível e foi comemorada. Ontem, a Fifa e a CBF puniram Orlando Silva em dois momentos: retiraram da Copa das Confederações a cidade de Porto Alegre e derrubou seu plano de ter nove sedes prontas para 2013. Ontem, os engenheiros da Fifa confirmaram que o plano do governo era irrealizável e que só quatro sedes no Brasil são garantias reais.
Os governadores do Distrito Federal e de Minas Gerais, presentes ao evento, comemoraram sua inclusão entre as sedes.
Uma voz isolada continuava a apoiar o ministro. Era o secretário da Prefeitura de São Paulo para a Copa, Gilmar Tadeu, seu aliado. "O ministros jogou um papel muito importante para a preparação da Copa e é fundamental", afirmou ele. Segundo ele, nada muda em São Paulo diante dos problemas enfrentados pelo ministro .
Questionado se pensava que ele deveria renunciar, Tadeu disse que "a denúncia precisa ser comprovada". Adversário de Silva, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, insistia que os escândalos atuais devem ser respondidos pelo atual ministro. "Eu não tenho nenhuma relação com nada disso."
A ausência do governo federal foi sentida ontem no futuro estádio do Corinthians, o Itaquerão, onde autoridades municipais e estaduais de São Paulo acompanharam a confirmação de que ele vai sediar a abertura da Copa. Apesar da crise no Ministério do Esporte, fontes da Prefeitura e do Palácio dos Bandeirantes esperavam que pelo menos algum representante comparecesse. "Acho que não há clima para eles aparecerem", resumiu um assessor do governo estadual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.