Barack Obama: o Sudão se comprometeu, por sua parte, a envolver-se em um diálogo "sério e responsável" com os EUA (Jewel Samad/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2012 às 16h09.
Redação Central - O Oriente Médio recebeu com alegria generalizada a reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com exceção do governo de Israel, que recebeu a notícia com frieza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi um dos primeiros líderes da região a se manifestar com uma nota de felicitação tão breve como diplomaticamente correta na qual expressava sua confiança que a relação especial entre os dois países será mantida.
Porém, horas depois, e perante a decepção de alguns colegas pela derrota de Mitt Romney, pediu a seu gabinete e aos demais políticos do Likud que se abstivessem de comentar as eleições americanas sem consultar-lhe antes.
Em um tom mais simpático se expressou o presidente do país, Shimon Peres, que demonstrou esperança na continuidade da cooperação em matéria de segurança.
Peres disse que Israel e os EUA "estão unidos por valores e princípios compartilhados e os laços de amizade que unem nossos dois países e povos são históricos e inquebráveis".
Mais entusiasmados se mostraram os governantes dos Emirados Árabes Unidos, que não esconderam sua satisfação pelo resultado nas urnas.
Segundo a agência de notícias oficial "Wam", o presidente do país, xeque Khalifa bin Zayed al Nahyan, o primeiro-ministro, xeque Mohammed bin Rashid al Maktoum, e o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan, enviaram telegramas de felicitação a Obama.
Já a Organização para a Libertação da Palestina parabenizou Obama através de seu negociador-chefe, Saeb Erekat, e lhe pediu que apoie a solicitação de reconhecimento como Estado que os palestinos apresentarão este mês à ONU.
De Gaza, o movimento islamita Hamas pediu ao presidente que adote uma postura "mais equilibrada" em relação ao mundo árabe e muçulmano em geral e à questão palestina em particular durante seu segundo mandato.
Na mesma linha se manifestou o presidente do Líbano, Michel Suleiman, que expressou sua esperança em que o presidente se dedique mais à região do Oriente Médio e seus problemas.
"Espero que preste atenção à grave situação no Oriente Médio e haja uma maior cooperação com aqueles que lutam pela democracia, a paz e contra o terrorismo", afirmou Suleiman.
Igualmente satisfeito se mostrou o presidente iraquiano, Jalal Talabani, que demonstrou seu desejo que a reeleição reforce "a fórmula do diálogo e da moderação" a fim de resolver os problemas internacionais.
Em comunicado da presidência, Talabani declarou que espera que este segundo mandato sirva também para "enfrentar com firmeza a violência e o terrorismo para ajudar a estabelecer a segurança e estabilidade na região e no mundo".
Em Argel, o presidente, Abdelaziz Bouteflika,ofereceu suas "calorosas" felicitações em nome do povo argelino e insistiu em seu desejo de dar um impulso ao "diálogo estratégico" entre os países para "fortalecer" a cooperação em todos os campos.
O presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur Hadi, enviou um telegrama a Obama no qual ressaltava que sua "histórica vitória é o resultado natural da seriedade, rapidez e sabedoria" com as quais o presidente dos EUA trata os assuntos.
Apesar das tensas relações entre Paquistão e EUA, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, parabenizou "calorosamente" seu colega americano e expressou sua esperança que as relações bilaterais "seguirão prosperando".
Tradicionais aliados quase desde a criação do estado em 1947, os países atravessam agora um dos piores momentos em suas relações por conta da falta de sintonia na chamada "guerra contra o terror" que Washington trava na região.
A captura e morte de Osama bin Laden por um comando americano na cidade paquistanesa de Abbottabad em maio de 2011 foi o mais relevante de uma série de incidentes que confrontaram os países nos dois últimos anos.
O Sudão se comprometeu, por sua parte, a envolver-se em um diálogo "sério e responsável" com os EUA para apoiar a estabilidade e a paz no país africano, que mantém complicadas relações com Washington.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores sudanês destacou seu desejo que o novo mandato de Obama seja testemunha de "uma aproximação mais forte à região árabe e muçulmana", e que o presidente americano "cumpra suas promessas de contribuir eficazmente à manutenção da estabilidade na região e supere a influência negativa dos grupos de pressão".
Um desejo, o da paz na região, que também respaldou a Liga Árabe, organismo que ressaltou sua confiança em que Obama aumente seus esforços diplomáticos na região.