Donald Trump: julgamento sobre impeachment do presidente pode começar ainda esta semana (Leah Millis/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 15h50.
Washington — O Escritório de Supervisão do Governo dos Estados Unidos (GAO, sigla em inglês) disse nesta quinta-feira que a retenção pelo governo de Donald Trump de US$ 400 milhões de ajuda militar à Ucrânia para pressionar o país a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden e seu filho Hunter foi ilegal.
"A aplicação confiável da lei não permite que o presidente substitua por suas próprias prioridades políticas por aquelas que o Congresso aprovou como lei. O Escritório de Administração e Orçamento (OMB, sigla em inglês) reteve os fundos por uma razão política, o que não é permitido pela Lei de Controle do Embargo", afirmou o órgão independente que trabalha para o Congresso e analisa as despesas e a operação do governo federal.
As conclusões do relatório foram publicadas um dia depois de a Câmara dos Representantes entregar formalmente as acusações de obstrução ao Congresso e abuso de poder contra Trump ao Senado para abrir um julgamento político contra o presidente por pressões na Ucrânia para investigar Biden por alegada corrupção naquele país.
Segundo a oposição democrata, Trump condicionou a entrega de quase US$ 400 milhões em ajuda a Kiev e também o agendamento de uma reunião com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, à sua exigência de que a Ucrânia anunciasse que planejava investigar Biden.
A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, fez uma referência em uma entrevista coletiva sobre o relatório do GAO e disse que "reforça, novamente, a necessidade de (novos) documentos e testemunhas no Senado".
Os fundos, US$ 250 milhões do Pentágono para armamento e outros US$ 141 milhões para segurança marítima, ambos auxílios aprovados pelo Congresso, foram finalmente transferidos para a Ucrânia em 11 de setembro.
Esses itens destinam-se a financiar a luta do exército ucraniano contra as forças pró-russas no leste do país.