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Orca Lolita, mantida em cativeiro por 52 anos, será libertada no Oceano Pacífico

Lolita, também conhecida como Tokitae, tinha cerca de 4 anos de idade quando foi capturada em Puget Sound no verão de 1970, durante uma época de abate de orcas

Orca Lolita: no ano passado, o Miami Seaquarium anunciou que não faria mais shows com ela (Jeff Greenberg/Universal Images Group/Getty Images)

Orca Lolita: no ano passado, o Miami Seaquarium anunciou que não faria mais shows com ela (Jeff Greenberg/Universal Images Group/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 31 de março de 2023 às 14h50.

Última atualização em 31 de março de 2023 às 15h20.

Mais de 50 anos depois que a orca conhecida como Lolita foi capturada para exibição pública, ela deve ser devolvida do Miami Seaquarium, nos Estados Unidos, às suas águas natais no noroeste do Pacífico, onde se acredita que está uma baleia de quase um século que pode ser sua mãe.

Uma união improvável envolvendo o proprietário do parque temático, um grupo de direitos dos animais e um filantropo proprietário de um time da NFL anunciou o acordo durante uma entrevista coletiva na quinta-feira, 30.

"Estou empolgado por fazer parte da jornada de Lolita para a liberdade", disse o proprietário do Indianapolis Colts, Jim Irsay. "Eu sei que Lolita quer chegar a águas livres."

A orca que passou mais de 50 anos presa

Lolita, também conhecida como Tokitae, tinha cerca de 4 anos de idade quando foi capturada em Puget Sound no verão de 1970, durante uma época de abates de orcas. Ela passou décadas se apresentando para multidões pagantes antes de adoecer.

No ano passado, o Miami Seaquarium anunciou que não faria mais shows com ela, sob um acordo com reguladores federais. Lolita, agora com 57 anos e mais de 2 toneladas, vive em um tanque que mede 24 por 11 metros e tem 6 metros de profundidade.

A orca que se acredita ser sua mãe, chamada Ocean Sun, continua a nadar livremente com outros membros de seu clã e tem mais de 90 anos. Isso deu aos defensores de sua libertação otimismo de que Tokitae ainda poderia ter uma vida longa na natureza.

"É um passo para restaurar nosso ambiente natural, consertando o que erramos com exploração", disse Howard Garrett, presidente do conselho do grupo de defesa Orca Network, com sede em Whidbey Island, no estado de Washington. "Acho que ela ficará animada e aliviada por estar em casa."

Aprovação do governo para liberação da orca Lolita

O acordo entre Irsay; Eduardo Albor, que dirige a The Dolphin Company, proprietária do Seaquarium; e a organização sem fins lucrativos Friends of Lolita, da Flórida, cofundada pelo ambientalista Pritam Singh; ainda enfrenta obstáculos para obter a aprovação do governo.

O prazo para mover o animal pode ser de 18 a 24 meses, disse o grupo, e o custo pode chegar a US$ 20 milhões.

O plano é transportar Lolita de avião até um santuário oceânico nas águas entre Washington e o Canadá, onde inicialmente nadará dentro de uma grande rede enquanto treinadores e veterinários a ensinam a pescar.

Ela também terá de fortalecer seus músculos, já que as orcas normalmente nadam cerca de 160 quilômetros por dia, disse Raynell Morris, um membro da tribo indígena Lummi em Washington, que também faz parte do conselho da Friends of Lolita.

"Ela tinha 4 anos quando foi levada, então estava aprendendo a caçar. Ela conhece o som de sua família", disse Morris. "Ela vai se lembrar, mas vai levar tempo."

Adaptação ao meio ambiente

A orca ficaria sob cuidados 24 horas por dia até se aclimatar ao novo ambiente.

Os zeladores do Seaquarium já estão preparando-a para a viagem, disseram as autoridades.

A Dolphin Company assumiu a propriedade do Seaquarium em 2021. Ela opera cerca de 27 outros parques e habitats no México, Argentina, Caribe e Itália.

Defensores dos direitos dos animais, incluindo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta na sigla em inglês), há muito lutam para que Lolita passasse seus últimos anos em casa em um ambiente controlado.

Os ativistas costumam protestar ao longo da estrada que passa pelo Seaquarium, que eles chamam de "parque de abusos".

A Peta diz que não quer que Lolita sofra o mesmo destino de seu parceiro Hugo, que morreu em 1980 de um aneurisma cerebral depois de bater a cabeça repetidamente nas paredes do tanque

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