Mundo

Orbán renova estado de emergência e amplia poderes; oposição questiona

Governo húngaro renovou estado de emergência, desta vez devido à guerra na Ucrânia. Oposição afirma que renovação é pretexto para que premiê ultraconservador coloque o país em emergência permanente

Orban: novo período da Hungria em estado de emergência, desta vez por guerra na Ucrânia (AFP/AFP)

Orban: novo período da Hungria em estado de emergência, desta vez por guerra na Ucrânia (AFP/AFP)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 24 de maio de 2022 às 16h18.

Última atualização em 24 de maio de 2022 às 16h36.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán decretou um novo estado de emergência nacional a partir de meia-noite desta terça-feira, 24, alegando a necessidade de enfrentar as consequências da guerra na Ucrânia. Já a oposição na Hungria critica Orbán ao afirmar que a guerra é somente um pretexto para que o premiê ultraconservador coloque o país em emergência permanente, aumentando seus poderes.

"O mundo está à beira de uma crise econômica. A Hungria deve se manter fora desta guerra e proteger a segurança financeira de suas famílias", afirmou Orbán em publicação no Facebook.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias do Brasil e do mundo. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

"Para isso, é preciso ter margem de manobra e agir imediatamente. O governo, no exercício do direito que lhe confere a Lei Fundamental, declara estado de emergência por guerra a partir da meia-noite", acrescentou.

A Hungria já vive sob estado de emergência desde o começo da pandemia do coronavírus. O status deveria durar até a próxima terça-feira, antes de ser renovado agora por Orbán.

VEJA TAMBÉM: Aliado de Putin, anti-UE: quem é Viktor Orbán, premiê reeleito da Hungria

Pouco antes deste anúncio, o Parlamento húngaro iniciou uma nova legislatura aprovando uma emenda constitucional que permite que o estado de emergência seja declarado "por causa de um conflito".

Orbán indicou que as primeiras medidas relacionadas ao decreto serão anunciadas na quarta-feira.

A ONG de defesa das liberdades cívicas TASZ denunciou um "estado de emergência permanente", lembrando que esse tipo de regime, que restringe as liberdades, já está em vigor no país devido à pandemia e que deve ser levantado em 31 de maio.

VEJA TAMBÉM: Bolsonaro diz ter afinidade de visões de mundo com a Hungria

O novo decreto "concede a Viktor Orbán mais margem de manobra que de costume" para "restringir ou suspender pura e simplesmente os direitos fundamentais de cada pessoa", afirmou TASZ.

O partido Fidesz de Orbán tem maioria de dois terços no Parlamento, que acabou de ser renovada em uma eleição neste ano. Orban está no poder há 12 anos, e tem sido acusado de reduzir as liberdades na Hungria e mudar arcabouços jurídicos e institucionais no país de modo a se manter no poder.

(Com informações da AFP)

Conquiste um dos maiores salários no Brasil e alavanque sua carreira com um dos MBAs Executivos da EXAME Academy.

Acompanhe tudo sobre:HungriaUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Trump avalia adiar proibição do TikTok por 90 dias após assumir presidência dos EUA

Rússia admite ter atingido alvos em Kiev em retaliação aos ataques de Belgorod

Mídia americana se organiza para o retorno 'vingativo' de Trump

'Vários feridos' em acidente com teleférico em estação de esqui na Espanha