O novo bloco de extrema direita no Parlamento Europeu, Patriotas pela Europa, impulsionado pelo húngaro Viktor Orban e a francesa Marine Le Pen, foi lançado nesta segunda-feira, 8, com o objetivo de ter a terceira maior bancada do Parlamento Europeu.
O bloco político será presidido pelo eurodeputado francês Jordan Bardella, líder do partido Reagrupamento Nacional, que no domingo ficou em terceiro lugar nas eleições legislativas na França.
O bloco Patriotas pela Europa foi impulsionado e iniciado com Orban, mas foi a adesão de 30 deputados do Reagrupamento Nacional que o tornou uma das principais bancadas do Parlamento Europeu.
Com 84 membros de 12 países, o novo bloco ultrapassa a bancada de extrema direita liderada pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
Caso esse número se confirme, o bloco do Patriotas pela Europa estaria em condições de disputar com o Renovar Europa (de liberais e centristas) a condição de terceira maior bancada.
O Partido Popular Europeu (PPE, direita) segue tendo a maior bancada do Parlamento Europeu, à frente dos Socialistas e Democratas (S&D, social-democratas).
Nesta segunda, na sede do Parlamento Europeu, os partidos que confirmaram sua adesão ao bloco finalizaram as negociações para constituir seu quadro diretivo, antes de lançar formalmente o grupo político.
A eurodeputada húngara Kinga Gal, eleita primeira vice-presidente do grupo, disse que o "objetivo de longo prazo é mudar a forma de fazer política na UE".
Além disso, disse a legisladora, os partidos do bloco se comprometem a trabalhar juntos "para preservar nossas raízes indo-cristãs".
Contra Bruxelas
"Hoje começamos a trabalhar junto aos colegas que são capazes de adotar uma postura firme contra as decisões centralizadoras e nocivas" da UE em Bruxelas, acrescentou.
Na opinião de Gal, "os patriotas da Europa são aqueles que amam seus países e seu legado. Não construímos uma alternativa para a Europa, mas sim uma alternativa europeia".
Ao apresentar os novos dirigentes, o eurodeputado francês Jean-Paul Garraud mencionou que se tratava de uma "reunião histórica" para lançar "um grupo que representa o movimento soberanista que tanto apreciamos".
O bloco, destacou, inclui "12 nacionalidades e tem 84 eurodeputados", para acrescentar que é possível que o grupo "cresça ainda mais".
O espanhol Hermann Tersch, do Vox, e o português Tânger Corrêa, do Basta!, foram escolhidos entre os vários vice-presidentes do novo bloco.
Depois das eleições europeias realizadas em junho, Orban adiantou sua intenção de promover um novo bloco da extrema direita no Parlamento Europeu.
Orban também não escondeu sua extrema irritação com um acordo entre o PPE, S&D e Renovar Europa, para distribuir entre eles os principais cargos da UE.
Por sua vez, Le Pen vinha trabalhando há anos – mas até agora sem sucesso – para unir a extrema direita do Parlamento Europeu e constituir uma frente comum.
Este bloco reforça a influência de Orban e Le Pen como os porta-vozes e representantes da extrema direita na UE.
Depois das eleições europeias de junho, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, buscava se perfilar como o principal nome da extrema direita ao liderar o bloco ECR, mas esse protagonismo parece agora se inclinar a favor do novo grupo.
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1/10
De acordo com os primeiros números, o vencedor do pleito foi a aliança Nova Frente Popular (NFP), formada pelos quatro maiores partidos da esquerda francesa, seguida da coalizão de centro-direita
(De acordo com os primeiros números, o vencedor do pleito foi a aliança Nova Frente Popular (NFP), formada pelos quatro maiores partidos da esquerda francesa, seguida da coalizão de centro-direita)
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2/10
Apoiadores da aliança Nova Frente Popular (NFP) comemoram números iniciais que indicam a vitória da esquerda nas eleições
(Apoiadores da aliança Nova Frente Popular (NFP) comemoram números iniciais que indicam a vitória da esquerda nas eleições)
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3/10
Segundo turno das eleições legislativas ficou marcado por um recorde de participação, sendo o maior índice desde 1981
(Segundo turno das eleições legislativas ficou marcado por um recorde de participação, sendo o maior índice desde 1981)
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4/10
As primeiras projeções mostram que uma ampla coalizão de esquerda estava liderando uma apertada eleição legislativa francesa, à frente tanto dos centristas do Presidente quanto da extrema direita, sem que nenhum grupo tivesse conquistado a maioria absoluta
(As primeiras projeções mostram que uma ampla coalizão de esquerda estava liderando uma apertada eleição legislativa francesa, à frente tanto dos centristas do Presidente quanto da extrema direita, sem que nenhum grupo tivesse conquistado a maioria absoluta)
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5/10
Manifestantes em Nantes levantavam placas contrárias às propostas da extrema-direita
(Manifestantes em Nantes levantavam placas contrárias às propostas da extrema-direita)
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6/10
Em Nantes, manifestante levanta a placa: Racismo não é opinião, é ofensa
(Em Nantes, manifestante levanta a placa: Racismo não é opinião, é ofensa)
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7/10
Participantes reagem enquanto ouvem o anúncio dos resultados projetados do segundo turno das decisivas eleições legislativas da França durante um comício em Nantes, oeste da França
(Participantes reagem enquanto ouvem o anúncio dos resultados projetados do segundo turno das decisivas eleições legislativas da França durante um comício em Nantes, oeste da França)
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8/10
A estimativa da IFOP para a emissora TF1 é de que a Nova Frente Popular poderia ganhar 180-215 assentos no parlamento no segundo turno de votação, enquanto uma pesquisa Ipsos para a France TV projetou 172-215 assentos para o bloco de esquerda
(A estimativa da IFOP para a emissora TF1 é de que a Nova Frente Popular poderia ganhar 180-215 assentos no parlamento no segundo turno de votação, enquanto uma pesquisa Ipsos para a France TV projetou 172-215 assentos para o bloco de esquerda)
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Um homem entra em uma cabine de votação para votar no segundo turno das eleições legislativas da França em um local de votação em Le Touquet, norte da França, em 7 de julho de 2024. A França vota nas eleições legislativas em 7 de julho de 2024, que serão decisivas para determinar seu futuro político e podem ver a extrema direita se tornar o maior partido no parlamento pela primeira vez
(Um homem entra em uma cabine de votação para votar no segundo turno das eleições legislativas da França em um local de votação em Le Touquet, norte da França, em 7 de julho de 2024. A França vota nas eleições legislativas em 7 de julho de 2024, que serão decisivas para determinar seu futuro político e podem ver a extrema direita se tornar o maior partido no parlamento pela primeira vez. (Foto de MOHAMMED BADRA / POOL / AFP))
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O presidente da França, Emmanuel Macron (à direita), acompanhado por sua esposa Brigitte Macron (no centro), deposita seu voto no segundo turno das eleições legislativas da França em um local de votação em Le Touquet, norte da França, em 7 de julho de 2024
(O presidente da França, Emmanuel Macron (à direita), acompanhado por sua esposa Brigitte Macron (no centro), deposita seu voto no segundo turno das eleições legislativas da França em um local de votação em Le Touquet, norte da França, em 7 de julho de 2024)