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Opositores venezuelanos bloqueiam vias em "plantão" anti-ditadura

Os opositores exigem eleições gerais e rejeitam a convocação do presidente a uma Assembleia Constituinte popular

Venezuela: Maduro enfrenta uma onda de protestos desde 1º de abril (Christian Veron/Reuters)

Venezuela: Maduro enfrenta uma onda de protestos desde 1º de abril (Christian Veron/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de maio de 2017 às 11h14.

Última atualização em 15 de maio de 2017 às 11h16.

Opositores venezuelanos começaram a bloquear nesta segunda-feira várias avenidas do país, ao entrar na sétima semana de protestos contra o presidente Nicolás Maduro.

Várias dezenas de pessoas permaneciam mobilizadas na principal estrada de Caracas, no que a liderança opositora chama de "grande plantão contra a ditadura".

O dia de protesto se estenderá por 12 horas até as 19h00 locais (20h00 de Brasília), disse a jornalistas Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento de maioria opositora, no ponto de concentração.

Guevara indicou que 50 plantões similares ao da via Francisco Fajardo serão realizados em diferentes locais da Venezuela.

"É um dia de resistência, de paciência, de demonstrar organização e firmeza", declarou o deputado, ressaltando que o objetivo é "gerar uma espécie de ingovernabilidade".

Maduro enfrenta uma onda de protestos desde 1º de abril, que deixa 38 mortos e centenas de feridos e detidos, dos quais uma centena, segundo organizações de direitos humanos, estão sendo processados por tribunais militares.

Os opositores exigem eleições gerais para resolver a grave crise política e econômica, e rejeitam a convocação do presidente a uma Assembleia Constituinte popular.

"Não há forma de a Venezuela se calar (...) Enquanto houver ditadura, não haverá tranquilidade", disse Guevara.

A coalizão de partidos Mesa da Unidade Democrática (MUD) afirma que, com a Constituinte, Maduro busca evitar qualquer eleição, já que de antemão se sente perdido ao ter sua gestão rejeitada por sete em cada dez venezuelanos, de acordo com pesquisas.

Mas o governante socialista disse na sexta-feira que "em 2018, com chuva, trovão ou relâmpagos, a Venezuela terá eleições presidenciais", como ordena a lei.

Até o momento estão pendentes as eleições de governadores, que deveriam ter sido realizadas em 2016, enquanto as de prefeitos estão marcadas para este ano.

Maduro acusa a oposição de ter tomado o caminho da insurgência armada para aplicar um golpe de Estado, com apoio logístico e financeiro dos Estados Unidos, acusados de querer se apoderar da maior reserva petrolífera do mundo.

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