Mundo

Opositor russo se suicida após ser internado

Ele foi enviado por engano a um centro de deportação em Roterdã (Holanda)


	Bandeira da Rússia: o movimento opositor, A Outra Rússia, ao qual pertencia Dolmatov, não descartou ações judiciais.
 (Richard Heathcote/Getty Images)

Bandeira da Rússia: o movimento opositor, A Outra Rússia, ao qual pertencia Dolmatov, não descartou ações judiciais. (Richard Heathcote/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 16h48.

Moscou - O opositor russo Aleksandr Dolmatov se suicidou após ser enviado por engano a um centro de deportação em Roterdã (Holanda), depois de ser-lhe negado o asilo nesse país, assegurou nesta sexta-feira seu advogado, Mark Veingarden, ao jornal digital "Gazeta.ru".

O advogado holandês explicou que as autoridades pensavam que Dolmatov não recorreria da negativa de conceder-lhe asilo político em 14 de dezembro, por isso que o consideraram um "imigrante ilegal".

"Segundo a lei, durante o estudo da apelação o solicitante de asilo tem direito de permanecer no território da Holanda", ressaltou, em referência a que seu cliente recorreu da decisão em 11 de janeiro.

Veingarden, que não entende por que as autoridades locais não prestaram socorro a Dolmatov depois que ele tentou se suicidar duas vezes, disse que o centro de deportação é destinado àqueles cuja expulsão da Holanda não apresenta complicações.

Além disso, o advogado assinalou que os funcionários holandeses encarregados do centro poderiam ser condenados a dois anos de prisão por negligência criminosa.


Enquanto isso, a mãe do falecido, Ludmila Dolmatova, assegurou ao "Gazeta.ru" que não sabe a quem se dirigir para repatriar o corpo de seu filho.

"Não há justificativa possível. Que respondam todos, os holandeses e (o presidente russo, Vladimir) Putin. Isto é uma indução ao suicídio", comentou.

A embaixada da Holanda em Moscou negou que Dolmatov, perseguido pela Justiça russa por desacato à Polícia durante a manifestação antigovernamental do dia 6 de maio do ano passado em Moscou, se suicidou devido à rejeição de seu pedido de asilo político.

O movimento opositor, A Outra Rússia, ao qual pertencia Dolmatov, não descartou ações judiciais e comparou seu suicídio com a morte em prisão preventiva em 2009 do advogado Sergei Magnitski.

Dolmatov, especialista em uma empresa da indústria de defesa detido em 6 de maio de 2012 durante uma manifestação autorizada na véspera da posse de Vladimir Putin como presidente russo, deixou o país em junho, depois que sua casa foi revistada. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaHolandaMortesPaíses ricosRússia

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países