Estudantes venezuelanos protestam contra o governo: protestos antigovernamentais até agora deixaram 39 mortos e centenas de feridos (JUAN BARRETO/AFP Photow)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2014 às 22h25.
Caracas - A coalizão de partidos opositores venezuelanos Mesa da Unidade Democrática (MUD) se reuniu nesta segunda-feira com a missão de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e entregou uma carta com uma série de condições para sentar-se e dialogar com o governo de Nicolás Maduro.
"Estamos dispostos a um diálogo verdadeiro, com uma agenda clara, em igualdade de condições e cujo primeiro encontro seja com transmissão ao vivo em cadeia nacional de rádio e televisão", diz a carta da MUD que foi entregue aos oito chanceleres da Unasul.
Os ministros se reuniram com dez representantes de partidos opositores depois que o presidente, Nicolás Maduro, anunciou publicamente que aceitaria o diálogo com a oposição proposto pela Unasul.
O secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, leu perante os jornalistas a carta, na qual se reivindica uma terceira parte "de boa fé nacional ou internacional que garanta, facilite e, que, se for necessário, intermedeie" o diálogo.
"Consideramos bom que o terceiro seja o Vaticano", declarou Aveledo após lembrar que o governo também manifestou seu sinal verde a este possível mediador representante da Igreja.
Além disso, a oposição pede uma "lei de anistia" para os que consideram presos políticos, sobrestamento dos processados e "retorno dos exilados".
A MUD exige também a desmobilização e desarmamento dos grupos paramilitares que supostamente apoiam o governo de Maduro.
"A existência destes grupos nas condições atuais é um risco permanente para a paz e uma ameaça para a sociedade. Em um Estado de Direito o uso legítimo da força é monopólio estatal", afirma a carta divulgada pela MUD.
Os chanceleres de Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; Argentina, Héctor Timerman; Bolívia, David Choquehuanca; Colômbia, María Ángela Holguín; Chile, Heraldo Muñoz; Equador, Ricardo Patiño; Uruguai, Luis Almagro; e Suriname, Winston Lackin, fazem parte da segunda comissão que o organismo regional envia à Venezuela para contribuir com o diálogo.
O diálogo na Venezuela foi um tema sobre a mesa desde que no último dia 12 de fevereiro começou uma onda de protestos antigovernamentais que até agora deixou 39 mortos e centenas de feridos.