Nicolás Maduro: segundo o deputado, a aliança não tem finalidades eleitorais (Miraflores Palace/Handout/Reuters)
AFP
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 11h17.
Organizações políticas e sociais da oposição criaram a Soy Venezuela, uma aliança paralela à coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), o que reflete as divisões entre os adversários do presidente Nicolás Maduro.
Um dos seus promotores, o deputado Richard Blanco, explicou nesta segunda-feira à AFP que não se trata de uma divisão da MUD, criada em 2009 e integrada por cerca de 30 partidos, a maioria de centro direita e alguns dissidentes do chavismo.
"Meu partido, o Aliança Bravo Povo, faz parte da MUD. Esta (nova) aliança, sem finalidades eleitorais, é integrada por pessoas que consideram que precisamos sair deste regime o mais rápido possível", explicou Blanco.
"É uma aliança nacional (...) com o único objetivo de restituir a República no menor tempo possível (...). É integrada por todas as forças políticas, sociais e cidadãs que compartilham uma mesma visão de emergência e apenas uma estratégia: a substituição do regime tirânico por uma República democrática".
A opositora María Corina Machado, uma das promotoras do Soy Venezuela, declarou que a nova aliança "está ao lado do povo da Venezuela no momento em que a Unidade (MUD) sai do caminho que convocamos, o da revolta cidadã, e decide participar de eleições (para governadores) convocadas pela Constituinte".
Machado questiona a decisão da MUD de participar das eleições mesmo considerando a Constituinte ilegítima, que marcou a votação para o próximo dia 15 de outubro.
A líder opositora foi uma firme defensora dos protestos, que entre abril e julho passados deixaram 125 mortos.
Machado também criticou a participação da MUD nos contatos para um diálogo iniciados na semana passada na República Dominicana. "É uma nova operação para dar fôlego a ditadura".
Leopoldo López, líder opositor sob prisão domiciliar, escreveu no Twitter: "eu, como todos, #SoyVenezuela e estou convencido de que conseguiremos conquistar a democracia".