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Oposição venezuelana busca votos fora do país para vencer Chávez

Estimativas apontam que até 300 mil pessoas que moram no exterior poderão se inscrever para votar na eleição presidencial de 2012

A oposição espera que os votos do exterior ajudem a derrotar Hugo Chavez (©AFP / Juan Barreto)

A oposição espera que os votos do exterior ajudem a derrotar Hugo Chavez (©AFP / Juan Barreto)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 13h38.

Caracas - A oposição venezuelana resolveu ultrapassar as fronteiras do país em busca de votos para vencer o presidente Hugo Chávez nas eleições de outubro de 2012 e, com apoio popular, promove iniciativas para que milhares de cidadãos residentes no exterior se inscrevam para votar.

"Esperamos alcançar pelo menos entre 200.000 e 300.000 novos inscritos no exterior para as eleições presidenciais de 2012, somados aos 61.000 já registrados", disse à AFP Ramón José Medina, coordenador da liga internacional da aliança de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD).

"Não apenas para a MUD, mas para o país é uma prioridade a inscrição destes venezuelanos no registro eleitoral. Não se pode ignorar o fato importante, que até há alguns anos não era comum na Venezuela, que é a imigração e os direitos dos imigrantes", acrescentou Medina.

Baseado em censos de outros países e estudos acadêmicos, a oposição acredita que aproximadamente 1,2 milhão de venezuelanos vivam em outros países. Deste total, 450.000 a 600.000 têm idade para votar.

"A maioria dos países da América Latina incentivam o voto de seus cidadãos no exterior, enquanto a Venezuela evita. Os funcionários dos consulados colocam obstáculos de viés político-ideológico", afirmou o deputado José Sánchez, do partido de oposição Primero Justicia.

"Os venezuelanos querem se inscrever no exterior para votar e mudar as coisas no país, e assim poder voltar", assegurou Sánchez.

Segundo ele, mesmo se os eleitores no exterior se multiplicarem, a proporção dos votos da oposição continuará entre 70% e 80%.

Os residentes de fora do país podem participar tanto das eleições primárias de fevereiro - que elegerá um candidato opositor único que competirá contra Chávez - como nas presidenciais do dia 7 de outubro de 2012.


Sánchez disse que a MUD integrou equipes para promover o recenseamento eleitoral de expatriados e sua participação na política nacional. Para este fim, formaram o VENEX, uma plataforma que combina o trabalho dos cidadãos e políticos para criar campanhas que promovem o voto dos venezuelanos e outros direitos.

As iniciativas dos grupos reunidos na Venex vão desde protestos no Twitter, que denunciam as dificuldades para as inscrições no registro eleitoral nos consulados, até campanhas no Facebook com vídeos originas que convocam as pessoas para votarem, além de petições que pedem jornadas especiais de inscrição eleitoral fora do país.

Foram fundadas sedes da MUD em países como os Estados Unidos e Chile para projetar o trabalho da oposição.

"A organização surge pela iniciativa de um grupo de cidadãos preocupados com o aumento do êxodo venezuelano e os problemas que estes enfrentam para gozar de seus direitos", explicou à AFP o internacionalista Tony de Viveiros, porta-voz do VenMundo, uma das organizações da Venex.

Nas eleições presidenciais de 2006, quando Chávez recebeu 62,8% dos votos, participaram apenas 34.000 venezuelanos residentes no exterior, dos pouco mais de 57.000 registrados para votar. A meta da oposição é pelo menos quadruplicar o número de inscritos em menos de ano.

"Atualmente quase não há família venezuelana que não possua algum membro fora do país. E o fato de existir entre 450.000 e 600.000 pessoas não escritas e com direito de votar, explica em parte o fenômeno da abstenção na Venezuela", apontou Sánchez.

Medina explicou ainda que apesar dos obstáculos encontrados pelos venezuelanos para votar em outros países "o governo tem muito medo da votação no exterior porque, naturalmente, consideram que uma maioria de votos será para a oposição"

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