Fronteira: "As tensões militares entre o Sul e o Norte podem ser intensificadas" (REUTERS/Lim Byong-sik/Yonhap)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 07h49.
Seul - O líder do principal partido da oposição na Coreia do Sul, Moon Jae-in, criticou nesta sexta-feira que o governo tenha retomado a emissão de propaganda na fronteira com o Norte, já que isto "intensificará as tensões militares" entre os dois países.
O governo sul-coreano retomou hoje a emissão de propaganda através de alto-falantes posicionados na fronteira com a Coreia do Norte, em represália ao teste nuclear que Pyongyang realizou na quarta-feira.
"As tensões militares entre o Sul e o Norte podem ser intensificadas, e inclusive resultar em um aumento da incerteza em meio a uma difícil situação econômica", alertou Moon, líder do partido Minjoo e membro da câmara legislativa sul-coreana.
A emissão de propaganda na região desmilitarizada "não é a solução definitiva às provocações norte-coreanas", acrescentou Moon em declarações publicadas pela agência local Yonhap.
Seul acendeu seus alto-falantes pela segunda vez em menos de um ano, depois da tensão vivida na zona desmilitarizada em agosto, quando foram reativados pela primeira vez em 11 anos depois de várias minas antipessoais ferirem gravemente dois soldados sul-coreanos perto da fronteira.
O Norte respondeu então com disparos a estes dispositivos e os exércitos chegaram a trocar tiros na fronteira.
Já Won Yoo-cheol, dirigente do partido no poder -Saenuri-, celebrou a decisão do Executivo de Park Geun-hye de retomar as emissões.
"É uma medida apropriada", afirmou hoje, após pedir ao governo que respondesse "imediatamente às provocações do Norte".
A diferença de opiniões entre o partido governante e o principal da oposição na Coreia do Sul sobre como responder ao quarto teste atômico do Norte se estende também à possibilidade de se armar nuclearmente.
Vários líderes do Saenuri pediram ontem ao Executivo que cogite o arsenal nuclear para a defesa do país, enquanto Minjoo apostou na desnuclearização da península coreana.