Nas conversas reservadas, Palocci tem insistido no argumento de que cumpriu um período de quarentena de quatro meses quando deixou o Ministério da Fazenda, em 2006 (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2011 às 21h45.
Brasília - A oposição organizou um protesto bem humorado na noite de hoje, no cafezinho do plenário do Senado, a fim de chamar a atenção para a possibilidade de que o recente escândalo envolvendo a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci acabe em pizza.
O senador Cyro Miranda (PSDB/GO) encomendou três pizzas para amenizar a fome da oposição, que permanece há seis horas no plenário debatendo a Medida Provisória 517, conhecida como MP Frankenstein. Os senadores batizaram as pizzas de "Palocci", "Luiz Garçom" e "MPs". "São os sabores do momento. As pizzas simbolizam o que o governo quer: que não se investigue nada", resumiu Miranda. "As pizzas foram enviadas pela Casa Civil", provocou o líder do DEM, Demóstenes Torres (GO).
O senador Roberto Requião (PMDB/PR, um dos governistas que assinaram o pedido de CPI contra Palocci, foi um dos primeiros a experimentar as pizzas). "A qualidade da pizza está sendo examinada pelo Ministério Público", brincou Requião. As explicações de Palocci sobre o aumento de seu patrimônio foram encaminhadas ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e aguardam o seu parecer.
A pizza "Palocci" remonta à tentativa da oposição de investigar a evolução patrimonial do ministro, que cresceu 20 vezes em quatro anos. A "Luiz Garçom" brinca com o apelido que o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, ganhou nos bastidores do Congresso, porque tem a função de "anotar os pedidos da base aliada". A terceira faz alusão ao excesso de Medidas Provisórias que monopolizam a pauta do Congresso e são invariavelmente alvo de protestos da oposição.