O primeiro-ministro do Peru, César Villanueva: Villanueva declarou que seu gabinete e o Ministério da Economia e Finanças avaliavam um aumento do salário mínimo (Jason Alden/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 13h59.
Lima - A oposição peruana pediu nesta segunda-feira a renúncia do primeiro-ministro do país, César Villanueva, depois do ministro da Economia, Luis Miguel Castela, ter afirmado que o governo não discute um possível aumento do salário mínimo, contradizendo declarações do próprio chefe do governo.
"Nunca se viu que um ministro da Economia diga que o primeiro-ministro não diz a verdade sobre o salário mínimo. Desapareceu o Estado?", afirmou hoje o ex-presidente Alan García em mensagem publicada em sua conta no Twitter.
Na semana passada, Villanueva declarou que seu gabinete e o Ministério da Economia e Finanças avaliavam um aumento do salário mínimo, que atualmente é de 750 sóis (R$ 623).
No entanto, a afirmação foi negada na quinta-feira por Nadine Heredia, esposa do presidente Ollanta Humala. "Não está em discussão neste momento", disse a primeira-dama.
Congressistas de oposição questionaram a esposa de Humala, ao considerar que suas declarações eram uma intromissão em assuntos do Executivo.
O tema se agravou no domingo quando o ministro Castela declarou à emissora "América Televisión" que "não é verdade" que estaria coordenando com Villanueva um aumento do salário mínimo.
"Eu já estando no Oriente Médio (em viagem oficial com o presidente Humala) me topo com a surpresa de que o premier disse que tinha coordenado comigo este tema, o que não é certo. Nunca houve uma coordenação", explicou.
O ministro considerou que na atual conjuntura do país "não é conveniente" um aumento salarial e afirmou que o governo viu "com surpresa a declaração do premier".
Após as declarações de Castela, políticos opositores disseram hoje que o único caminho que resta a Villanueva é a renúncia.
O deputado Juan Carlos Eguren, do conservador Partido Popular Cristão (PPC), disse no Twitter que o primeiro-ministro "deve renunciar por dignidade".
*Atualizada Às 13h59 do dia 24/02/2014