Eleições em Honduras (Jorge Cabrera/Reuters)
AFP
Publicado em 27 de dezembro de 2017 às 21h45.
Última atualização em 27 de dezembro de 2017 às 21h45.
A oposição hondurenha apresentou um recurso de anulação contra a declaração do tribunal eleitoral que reconhece o presidente Juan Orlando Hernández como vencedor das eleições de 26 de novembro, alegando fraude, informou nesta quarta-feira o grupo político.
Manuel Zelaya, coordenador da esquerdista Aliança de OPosição contra a Ditadura, que apoiou o apresentação de televisão de 64 anos, Salvador Nasralla como candidato, entregou o pedido ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).
No entanto, na semana passada, o Nasralla anunciou que abandonou a luta pela presidência de Honduras, após os Estados Unidos reconhecerem como ganhador das eleições o presidente Hernández.
"Com a decisão dos Estados Unidos eu saio de cena", declarou Nasralla ao canal HCH, onde trabalhou como apresentador.
Nasralla, 64 anos, foi o candidato da Aliança de Oposição Contra a Ditadura (esquerda) nas eleições de 26 de novembro.
Os Estados Unidos reconheceram na sexta-feira a reeleição de Hernández, mas insistiram na revisão, de maneira "transparente e completa", de qualquer impugnação referente às eleições, marcadas por suspeitas de fraude.
Nasralla assinalou que o reconhecimento de Hernández "foi um precedente imposto por eles", em referência aos Estados Unidos, porque "têm muito medo dos governos de esquerda".
O candidato opositor avaliou que a partir da declaração de Washington fica "destruída" a aliança de oposição liderada por Zelaya, que convocou a população a protestar nas ruas contra o "roubo" nas eleições.
Nasralla comunicou ainda sua saída da política para se dedicar a seus programas esportivos na principal rede de televisão do país, a Televicentro, se os proprietários o permitirem.
Nesta quarta-feira, Zelaya prometeu que "até o último dia de minha vida, da minha existência aqui na Terra, vou defender a vitória do povo, o triunfo da aliança e a vitória de Salvador Nasralla".
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), recomendou a convocação de novas eleições diante das irregularidades constatadas por uma missão de observadores, mas o executivo hondurenho publicou uma carta nesta quarta-feira onde informa que "não aceita tal solicitação", qualificada de "ingerência".