Rebelde sírio atira com AK-47 contra helicóptero do exército sírio: a violação dessas metas seria considerada como uma ofensa criminosa (Phil Moore/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2012 às 16h58.
Cairo - O Conselho de Coordenação Nacional (CCN), o principal grupo de oposição interna na Síria, emitiu nesta terça-feira um plano de "cessar-fogo temporário" entre ambas as partes para reduzir a violência no país árabe e facilitar as condições para uma possível transição à democracia.
Segundo o documento, que a Agência Efe teve acesso, o CCN pede que os grupos armados, tantos os do regime como os da oposição, busquem um "cessar-fogo temporário o mais rápido possível, de preferência, antes do início do Eid ul-Fitr" - a celebração que marca o fim do jejum do Ramadã, prevista para este fim de semana.
A iniciativa propõe também que ambos os grupos libertem seus prisioneiros, reféns e sequestrados logo na primeira semana de trégua, além do comprometimento de não capturar mais pessoas. A violação dessas metas seria considerada como uma ofensa criminosa.
Neste documento, o grupo opositor também defende o livre acesso das organizações humanitárias em missões de ajuda alimentícia e médica, assim como uma facilitação no tratamento dos feridos nos hospitais públicos e privados, que estão sob os cuidados da Cruz Vermelha e da Crescente Vermelho.
De acordo com o CCN, se esses três pontos citados forem cumpridos, a Síria terá um ambiente propício para conseguir uma solução política para o conflito, iniciado em março de 2011.
Na sequência, após essa primeira fase, um diálogo político deverá ser instaurado para reunir os membros da oposição e uma delegação do regime que tenha plena autoridade de negociar e que esteja formada por personalidades que não tenham cometido crimes de sangue.
Segundo o relatório, este período de transição deverá se estender por um ano e seguir com o objetivo de preparar o país para um sistema democrático, parlamentar e plural.
O CCN sugere que as Nações Unidas supervisionem a aplicação desta iniciativa, similar ao plano de seis pontos do antigo mediador internacional Kofi Annan, que só poderá ser iniciada se as partes envolvidas aceitarem as mudanças necessárias e reconhecerem o poder da missão da ONU na Síria.